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28-05-2014

Estudo da Universidade de Aveiro explica efeito cardioprotetor do exercício físico.


Um grupo de investigadores da Unidade de Investigação Química Orgânica, Produtos Naturais e Agroalimentares (QOPNA) da Universidade ...

Um grupo de investigadores da Unidade de Investigação Química Orgânica, Produtos Naturais e Agroalimentares (QOPNA) da Universidade de Aveiro (UA) tenta perceber como o estilo de vida activo regula a função cardíaca, através de uma abordagem inovadora: a proteómica.

Recorrendo a modelos animais, o grupo concluiu que, com o exercício físico, os níveis de algumas enzimas aumentam nas mitocôndrias do coração, tendo um efeito cardioprotetor.

O estudo foi capa da revista científica "Journal of Proteome Research" e destacado em páginas de difusão científica como "ScienceDaily", "MedicalXPress" e "ScienceNews".

Este estudo pressupõe a análise de proteínas utilizando técnicas de espectrometria de massa, área científica designada de proteómica. Utilizando um modelo animal de rato submetido a um programa de exercício físico moderado em tapete rolante, durante 54 semanas (o protocolo mais longo já estudado em modelos animais), os investigadores do grupo de espectrometria de massa do QOPNA-UA - Francisco Amado, Rita Ferreira, Rui Vitorino, António Barros e Ana Padrão - analisaram mitocôndrias isoladas do coração com recurso à proteómica. “Os resultados obtidos demonstraram que o exercício físico moderado realizado ao longo da vida tem efeitos benéficos pelo aumento dos níveis de enzimas específicas com resultados positivos na actividade mitocondrial cardíaca. A activação destes processos biológicos parece estar associada ao efeito terapêutico do exercício físico na prevenção e tratamento de doença”, explicou Rita Ferreira.

Entre as enzimas identificadas e validadas, utilizando diferentes técnicas, como determinantes do efeito cardioprotetor, estão a RAF e a p38. Na sequência deste estudo, ratinhos com cancro estão a ser submetidos a um programa de exercício físico em tapete rolante para verificar se os mecanismos moleculares recentemente identificados intervêm com benefícios para a função cardíaca. “Pretendemos ver se após o diagnóstico a prática de exercício físico melhora a função cardíaca e se os mesmos mecanismos moleculares influenciam a função cardíaca no doente”, acrescentou a investigadora.

O trabalho de investigação está a ser realizado com a colaboração técnica do Instituto CRG – Barcelona, na análise de proteínas, e da Universidade do Porto e da UTAD, na avaliação hemodinâmica e na implementação do modelo animal.


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