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18-05-2014

Museu Marítimo de Ílhavo assume-se como 'bandeira de um futuro novo'.


O Museu Marítimo em Ílhavo (MMI) encheu-se de visitantes no sábado, Dia Internacional dos Museus. Para assinalar a data o dia foi ...

O Museu Marítimo em Ílhavo (MMI) encheu-se de visitantes no sábado, Dia Internacional dos Museus.

Para assinalar a data o dia foi 'aberto', com entradas gratuitas e com várias iniciativas preparadas para 'entreter' os visitantes.

Exposições, Workshops, Histórias Marítimas contadas pelo actor aveirense António Morais (na foto) e uma sessão comemorativa do Dia Internacional dos Museus, preencheram o dia. "O Museu é importante para este dia e o inverso também é verdade. Exalto este Museu que nos guarda a história. Por mérito próprio é um Museu internacional, muito reconhecido, de grande qualidade, que há muito tempo ultrapassou as fronteiras desta região. É um sítio onde há muito mais do que parte da nossa história, também é 'Aquário' e investigação marítima. Queremos continuar a mostrar que trabalhamos numa multiplicidade de interesses", disse Paulo Costa, Vereador da Cultura na Câmara de Ílhavo.

Alvaro Garrido, Director do MMI realçou a "dinâmica permanente" do espaço museológico ilhavense.

"Intervimos na sociedade preservando, gerindo e estudando o património para criar memórias e identidades, é uma grande responsabilidade. O MMI tem uma trajectória reconhecida por todos, muito qualificada", vincou.

A exposição de fotografia “Do Vasto e Belo Porto de Lisboa”, pode, a partir de hoje, ser visitada.

A palestra "Portugal e o Mar" foi protagonizada por Castro Henriques (antropólogo). "Ninguém conseguirá cativar ninguém para a causa marinha vendendo temores", começou por dizer.

Sublinhou que um factor "extraordinário" entretanto constatado foi, em Portugal, esquecer-se a 'saga marinheira portuguesa'. "Desarmou-se a marinha mercante, a frota de pesca e a marinha de guerra", disse.

Relativamente à orla costeira, a que chamou o "mar da praia", referiu que "um gigantesco mecanismo industrial gerido além fronteiras, tomou conta do areal. O ordenamento da orla costeira reflecte os interesses em jogo a que nem sequer escapam as áreas sensíveis e a biodiversidade"

Sobre a Plataforma Continental Portuguesa disse que "esconde um tesouro que deve conter depósitos de cobre, níquel, zinco, gás natural e prata". O mar territorial nacional tem 12 milhas, a Zona Económica Exclusiva tem 200 milhas e "já se fala em três milhões e oitocentos mil quilómetros quadrados de área". O território marítimo "poderá ser quarenta vezes superior ao território terrestre. 97% de Portugal é mar, isso dá que pensar".

Sobre o "nosso" futuro, referiu que a proposta "não deve ser regressar ao mar" mas "investir na crosta terrestre submarina". O MMI "pode ser um bom começo para pensar o futuro, fazendo de estaleiro para fabricar ideias. É por aqui que devemos começar para voltar a por os pés na água mas, não bastam discursos, é preciso transformar modos de estar", sendo exigível "interrogarmo-nos sobre vontades, desejos e temos de ter consciência que todos temos um papel a cumprir na construção do nosso futuro", referiu.

Este domingo será de 'Dia Aberto' em Ílhavo e no Navio Museu Santo André (Gafanha da Nazaré).


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