Investigadora de pós-doutoramento da Universidade de Aveiro (UA) a desenvolver investigação numa área da Física que se dedica ao estudo de sistemas complexos e, neste caso, aplicando a Teoria dos Jogos, Marta Santos venceu a edição nacional do concurso Famelab. Ao vencer o concurso nacional, Marta Santos foi escolhida para representar Portugal na final internacional de 3 a 5 de Junho, em Cheltenham, Inglaterra.
Diário de Aveiro: Acaba de vencer um prémio nacional. Como se sente?
Marta Santos: Sinto-me muito feliz e honrada por me terem escolhido! Estou também consciente da responsabilidade de ir representar Portugal lá fora, e por isso estou com ainda mais vontade de dar o meu melhor.
Em que consiste este concurso?
O Famelab é um concurso internacional de comunicação de ciência, que em Portugal é organizado desde 2010 pelo Ciência Viva e pelo British Council. Este ano juntou-se também a Fundação Calouste Gulbenkian como entidade parceira. O desafio que é colocado a cada participante é o de explicar, em três minutos, um tema científico à escolha. Apenas podemos contar com a palavra e o gesto, e com algum objecto que achemos relevante para a explicação e que possamos transportar facilmente para o palco – não podemos utilizar slides.
O que fez exactamente?
Para a final nacional do Famelab preparei uma apresentação sobre uma relação, proposta nos anos 90 pelo cientista britânico Robin Dunbar, entre o tamanho do nosso cérebro e o número de relações sociais que o nosso cérebro consegue processar ao mesmo tempo. Não é uma área em que eu seja especialista – sou da área da Física, enquanto que este tema toca sobretudo em conceitos de antropologia e neurociências. Mas há uns anos atrás um colega falou-me por alto deste tema, e fiquei interessada logo desde essa altura. Ao passar à final, achei que seria uma boa oportunidade para eu própria estudar e aprender mais sobre isto, para depois poder partilhar com o público. O que aprendi foi, em si mesmo, já um prémio que ganhei.
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