A lista de António Cruz não vê motivo para a personalização das eleições quando o que deve ser realçado é o projeto. Nuno Quintaneiro Martins desvaloriza a polémica em torno da ausência do cabeça de lista em debate com António Regala. Considera que os programas, as equipas e a capacidade de realização são os pontos chave da eleição de sábado para os órgãos sociais do Beira-Mar.
“O nosso projeto é de uma equipa que tem um líder e um rosto. Chama-se António Cruz. É o nosso candidato. O que consegue mobilizar gente do passado, figuras históricas com exercício de cargos diretivos, e pessoas jovens que deverão ser o futuro. Há pessoas pouco conhecidas como Afonso Miranda, jovem de 25 anos, de grande capacidade, 100% auri-negro, que toda a gente vai ficar a conhecer. Esta lista, de gente jovem e madura, consegue congregar tanta força e tanta vontade que só poderia ter um líder reconhecido. O facto de não estar num programa de rádio é um tipo de campanha que não vou alimentar”.
António Regala aproveitou a entrevista ao programa “Segunda Parte” para lamentar a ausência de António Cruz dos fóruns de debate e diz que o clube não pode voltar ao passado. “Gostava de lamentar a impossibilidade de se fazer um debate de candidatos a presidente. Não tanto pelo debate em si mas porque seria enriquecedor para os associados. Seria esclarecedor”.
Indicado como presidente adjunto na lista de António Cruz, Nuno Quintaneiro diz que vê no passado recente o esgotamento da equipa de António Regala e um quadro de degradação do clube que é preciso reverter. “Durante três anos não consegui ver António Regala nem a unir os sócios, nem a restabelecer-lhes a confiança nem a dar-lhes esperança”.
A entrevista ao programa “Segunda Parte” ficou marcada por um momento de humor. A propósito da SAD formada pela liderança de António Regala e que teve como parceiro o iraniano Majid Pishyar sem que fossem apresentadas alternativas, Regala diz que o trabalho foi feito dessa forma porque não havia outra proposta. “Havia possibilidade e se nos fosse apresentada proposta idêntica nós iríamos equacionar situação idêntica. O investidor já tinha entrado com 500 mil euros. Comprou o casamento. Não me enganei na noiva. A noiva, digamos, é que nos pôs os palitos”.
Duas conversas sobre o futuro do Beira-Mar com as listas apostadas em criar novas estruturas para o clube e em manter boas relações com a SAD. A aprovação do PER da SAD e do Clube é outras das ideias que norteia os candidatos que esperam ver na Câmara de Aveiro um parceiro de futuo.
Para Quintaneiro, da Lista B, a autarquia é parceiro fundamental. “A Câmara deve ter e penso que o atual presidente tem essa visão do exercício do seu cargo de facilitador da atividade dos agentes locais e tecido associativo. A CMA tem que ser parceiro. Pode não disponibilizar verbas mas pode abrir portas para que consigamos, enquanto tecido associativo, desenvolver os projetos. Temos projetos e somos capazes de mobilizar meios e a Autarquia pode ser o facilitador e o encaminhador. Não podemos ser bandeira de região sem ter em consideração a visão estratégica da Câmara para o desenvolvimento do Município e para a sua política desportiva”.
António Regala diz ter trabalho adiantado com a autarquia para poder deixar para trás sucessivos anos de protocolos que não foram cumpridos. Quanto ao futuro diz que poderá estar dependente de novo parceiro externo. “O complexo desportivo vai ser construído imediatamente mal haja acordos com parceiros externos. A partir do próximo ano, vencendo a Lista A, os sócios com quota em dia para a ir de borla ao futebol e não há aumento de quotas”.
O ónus da perda de pavilhão e piscinas que as listas cruzam como responsabilidade adversária marcou as duas entrevistas. Em conclusão, concordam que "o Beira-Mar bateu no fundo" e que está na hora do relançamento. |