Os Partidos com assento na Assembleia Municipal de Aveiro aprovaram, por unanimidade e aclamação, uma Moção contra a perda de competências do Centro Hospitalar do Baixo-Vouga, rejeitado a classificação no nível I que categoriza as unidades de saúde em Portugal.
Uma posição consensualizada e que permitiu a retirada de Moções apresentadas por PSD e PP num texto que mereceu elogios e que teve como relator o deputado do PCP, Filipe Guerra.
Jorge Nascimento, do Movimento “Juntos por Aveiro”, lembrou que no passado Ribau Esteves defendeu a conquista de um hospital central e desafiou o autarca a fazer valer o peso político que alguns lhe atribuem. “Faça valer o seu peso político ou o peso que alguns dizem ter”.
Paulo Marques considera que importante é “realçar a disponibilidade que os partidos demonstram” tratando-se de “uma preocupação que ultrapassa o momento e os partidos”.
Marques Pereira, do PS, valorizou o entendimento. “É um sinal positivo que em Aveiro as forças políticas tenham conseguido esforço de concertação em matéria relevante”.
Manuel Prior, do PSD, lembra que o debate não pode ser feito isolando peças do CH. “Agora não há hospital de Aveiro, de Águeda e de Estarreja. Há Centro Hospitalar. Pensamos, no PSD, que a ligação entre o CH e a Universidade tem que ser a diferente”.
Ribau Esteves manifestou-se agradado com a aprovação. “Realçar o resultado da operação. E valorizar o conjunto de posições. O texto é útil dada a objectividade. Ninguém por mais poderoso consegue tudo. Temos que envolver parceiros: autarquias, Universidade e Governo. Temos que funcionar em rede com hospitais de nível III ou IV e, no mínimo, queremos o nível II”.
Nogueira Leite, presidente da AM, salienta que a defesa do SNS não se faz apenas com reclamação de mais dinheiro. “Sou a favor de um bom SNS mas isso não significa ter mais gastos se as melhores práticas forem adotadas. A despesa como métrica de qualidade é um erro”. O BE decidiu manter uma moção em defesa do centro hospitalar e contra cortes na saúde. Ivar Corceiro assume que se trata de uma moção contra o sub-financiamento. “O BE decidiu manter a sua moção porque o desinvestimento em saúde é para reduzir o SNS a uma miniatura. Nos 40 anos de 25 de Abril podemos dizer que houve uma conquista grande que democratizou a saúde que agora se perde”.
A Moção do BE foi chumbada com 4 votos a favor (BE, PCP e dois Juntos por Aveiro), 12 abstenções (10 do PS e 2 independentes) e 20 votos contra (PSD e CDS). |