O calendário das obras de saneamento básico na Gafanha da Nazaré vai exigir a aceleração da empreitada em função dos compromissos assumidos com a entidade gestora de fundos comunitários e o próximo Verão vai deixar a cidade “virada do avesso” pelo alargamento das frentes de obra desenvolvidas em simultâneo.
No balanço feito, esta manhã, no decurso da celebração dos 13 anos de elevação da Gafanha da Nazaré à categoria de cidade, responsáveis da empresa Águas da Região de Aveiro, da Câmara de Ílhavo e da Junta não esconderam que o já de si difícil cenário de obras vai agravar-se com a necessidade de aproveitar o tempo mais seco e a necessidade de recuperar tempo perdido com um Inverno rigoroso que complicou um quadro de níveis freáticos habitualmente elevados.
Os 37 kms de rede de saneamento e os 16 kms de rede de águas pluviais estão com o cumprimento de 12% da empreitada até Abril. Executaram um total de 1,2 milhões de euros num projecto global de cerca de 10 milhões divididos pela ADRA e pela Câmara de Ílhavo.
Os 4,4 milhões de obra de saneamento e os 5.3 de águas pluviais foram apresentados por Fernando Vasconcelos, da ADRA, como investimento que chega agora mas que devia estar feito há 40 anos.
As frentes simultâneas de obra surgem da zona poente da cidade, junto à via de cintura portuária, para o interior numa faixa que vai até à avenida José Estêvão. Há, ainda, obra na Cale da Vila e está a ser terminada uma empreitada junto à Escola Secundária.
“Quando terminarmos estaremos nos 95% de cobertura porque há sempre zonas que ficam incompletas onde há meia dúzia de casas. Estamos nos 60% de população abrangida. Hoje há zonas da avenida, da Cale da Vila, Chave e Marinha Velha que já têm mas para aproveitar o Verão teremos que acelerar com novas frentes”, explicou Fernando Caçoilo.
O autarca de Ílhavo alertou para os impactos. “Tenho algumas reservas quanto à estimativa de recuperação de tempos. Quem conhece o terreno sabe das dificuldades. Hoje há zonas esburacadas. O problema é quando entrarmos nos eixos principais. As pessoas têm que ter paciência. Queremos é que a obra se faça bem. O empreiteiro quer acabar até final do ano mas duvido, conhecendo como conheço”.
O presidente de Junta de Freguesia, Carlos António, salientou a importância do dia. “Depois do saneamento, a Casa da Música será a obra mais significativa na perspectiva das associações. No caso do saneamento sabemos que haverá um impacto forte. É importante que a população tenha o entendimento necessário que esta obra é fundamental e que não se consegue fazer sem provocar impacto. Vamos trabalhar para acompanhar e ajudar a reduzir essas dificuldades”.
Fernando Caçoilo guiou uma visita por espaços públicos da freguesia e por obras como o ECOMARE e obras de saneamento. Na casa da música, actual sede do etnográfico, o autarca adiantou que 2015 será ano de concurso.
“Fizemos a apresentação do estudo prévio e estamos a negociar com Etnográfico, Escola de Música e Filarmónica no sentido de compatibilizar utilizações. Até final do ano queremos acabar o projecto para lançar o concurso em 2015. Estamos apostados na recuperação e qualificação daquele espaço”.
No final de um dia dedicado a celebrar o dia de elevação a cidade, o presidente de Junta assumiu que o momento é marcado por investimentos relevantes mas admite que muitos outros vão surgir no horizonte.
“A Gafanha vai sair mais cidade depois destes investimentos concluídos. É uma ambição do centro social concluir um novo lar. O GD Gafanha, com o número de atletas que tem, pensa já num segundo relvado sintético. Há sempre muitas coisas ambicionadas numa terra que quer evoluir. Haja verbas, ideias e disponibilidade humana para se construir uma Gafanha mais cidade". |