O PCP interpela o governo sobre o que considera a falta de conclusão das infraestruturas na Marinha, em Ovar, e noutras áreas do Baixo-Vouga lagunar que envolvem 12000 hectares de solo. As questões surgem na sequência da visita do deputado do PCP, João Ramos, à Marinha, em Ovar.
O deputado considera que há “inércia do governo” e o avanço das águas salgadas, a perda de terrenos agrícolas devido à salinização dos solos e a quebra de rendimento dos agricultores é encarado como impacto económico e social negativo.
Além da falta de obras, o PCP associa ainda a degradação às intervenções de afundamento do canal da barra de Aveiro para melhorar o acesso ao porto comercial.
João Ramos diz que essa obra foi facilitando a entrada de água salgada e nota a elevação do nível das marés em cerca de 40 centímetros. “Só na Marinha e na Ribeira já se perderam cerca de 100 hectares de solos produtivos, chegando as águas salgadas cada vez mais longe”.
Culpando o Governo “porque o Estado não conclui a obra do Baixo Vouga”, o PCP classifica como “inadmissível” que o mesmo Estado cobre a taxa de recursos hídricos aos prédios em área de domínio hídrico.
“Na Marinha alguns agricultores, por falta de intervenção pública, constroem defesas, tais como valas e diques, para proteção dos seus terrenos, mas muitas vezes são multados pelo Ministério do Ambiente porque não o podem fazer. Cria-se uma situação em que o Estado não faz o que devia, e impede os proprietários de fazer o que lhe caberia”. |