Alguma tensão, esta manhã, na zona da Coutada, no Concelho de Ílhavo. Responsáveis da Quercus estão no local, onde já se movimentam algumas máquinas, "estão a construir o estaleiro da obra", disse um popular à reportagem Terra Nova. Os ambientalistas prometem fazer cumprir o embargo extrajudicial para evitar a destruição de terrenos necessários à construção da via de acesso ao Parque da Ciência e Inovação (PCI). A obra, a cargo da Câmara de Ílhavo, foi alvo de um embargo extrajudicial, consumado através de notificação verbal do empreiteiro, perante testemunhas. Agora, o processo depende da decisão do Tribunal que poderá ou não ratificar o embargo. Esta manhã, com a GNR no local, o ambiente era de alguma tensão e algumas pessoas estavam no local "por curiosidade", devido ao "aparato". Alguns proprietários de terrenos estavam no local. Armando Teixeira, proprietário de uma casa, nos terrenos, afirmou que é contra a destruição de casas, "sou contra a destruição das moradias mas sou a favor de fazerem a estrada". Sobre os terrenos agricolas disse que "nem sou contra nem a favor". Afirma não conhecer "bem" o projecto do PCI. "Não sei qual é o fundamento daquilo. Vão lá fazer uns pavilhões e um campo de futebol", disse. "As casas são um investimento dos proprietários. Não é justo que depois do esforço para a construção agora lhes venham destruir as casas. É injusto", vincou. "Sou contra as obras mas sou a favor da via de acesso porque faz muita falta para irmos para as marinhas e terrenos". Francisco Vidal, proprietário, não concorda com a expropriação do terreno de que foi alvo. "Fui expropriado mas não estou de acordo, por isso não assinei nenhum papel. O preço não está à minha 'moda'. Não quero ser expropriado mas 'eles' fazem o que querem e ainda lhes sobra tempo", disse. "Não concordo com o PCI porque vão destruir terrenos agrícolas para fazerem campos de golfe. Lutarei até ao fim para manter o que é meu. Vão dar-nos uma 'bacatela' pelos terrenos e depois vão fazer fortunas a construir outras coisas. Não concordo", afirmou. A Quercus afirma que a Câmara de Ílhavo "incorre num crime de desobediência qualificada”. |