Um deputado municipal do PS diz que a areia depositada no porto de Aveiro pode não ser a melhor para as recargas de areia necessárias no litoral. João Alberto Roque levantou a questão na última sessão da Assembleia Municipal de Ílhavo. Lembra a proveniência das areias e diz que deveriam ser analisadas.
“É uma areia muito mais fina com outros materiais misturados como argilas e tem outras coisas que foram sendo depositadas no fundo da ria ao longo de anos de atividade industrial como materiais pesados. Falava-se de crómico e mercúrio. São poluentes perigosos. Ser libertadas no mar tem o inconveniente de ter uma carga de sedimentos que o mar mobiliza com demasiada facilidade. Depositam-se tão depressa que não dão tempo a que os seres vivos do fundo do mar sobrevivam. O mar pega facilmente nesses sedimentos. A areia de São Jacinto, por exemplo, é trazida pelo mar e tem uma volumetria mais grosseira e mais igual”.
O deputado municipal eleito pelo PS diz que não recusa a solução em absoluto e que pretende apenas que se reflita sobre a solução. “Nunca disse que era má solução. O que digo é que é não é a melhor solução. É importante que a areia sai dali. Aquela área faz falta e estamos a levar com ela. Só quero que pensemos nas coisas”.
Fernando Caçoilo, presidente da Câmara de Ílhavo, diz que confia na decisão da Agência Portuguesa do Ambiente. “Não sou técnico. Tenho que acreditar na Agência Portuguesa do Ambiente que tem condições técnicas para saber se a areia tem condições. Eles garantem que tem. Todas as análises foram feitas pelo Ministério do Ambiente. Não vou por em causa esses dados. Mau seria se não acreditássemos nessa informação. Não será tão bonita mas se for eficaz...” |