O Presidente da Administração do Porto de Aveiro (APA), José Luís Cacho, esclareceu que a hasta pública de areia hoje realizada por aquela entidade diz respeito a uma pequena quantidade e visa libertar área para o alargamento dos terminais. Ao todo são 100 mil toneladas de inertes que a administração portuária colocou à venda, facto criticado pelo Bloco de Esquerda que, em comunicado, considera "inadmissível que areias removidas de uma área bastante afetada pela erosão costeira sejam vendidas em leilão e não usadas para a reposição de sedimentos na costa". Para o presidente da APA, as críticas do BE "não fazem qualquer sentido porque é uma quantidade pequena e, desde há 10 anos, a administração portuária coloca todos os anos mais de um milhão de metros cúbicos no cordão dunar e na deriva costeira", em resultado das dragagens necessárias a assegurar as condições de navegabilidade. José Luís Cacho desmente que o objetivo do lucro esteja na base da hasta pública e salienta que o valor económico da areia tem caído acentuadamente. "São as areias que ali ficaram quando foi feita a construção do porto e temos que libertar aquela área rapidamente, porque neste momento é um prejuízo e temos de procurar minimizar os encargos com aquilo. O Porto precisa daquela área para construir lá a plataforma logística", esclareceu. O presidente da Administração do Porto de Aveiro salienta que já estão a ser depositadas no cordão dunar 1,6 milhões de toneladas, na Praia da Vagueira, operação que tem custos muito elevados, só possível no âmbito de um projeto comparticipado como é o caso, ao abrigo do programa Polis. "Andamos com este processo há uns anos sem conseguir libertar a zona e estamos a meter 1,6 milhões de toneladas no cordão dunar, juntamente com a Polis. Se estamos a vender 60 mil metros cúbicos, percebe-se a dimensão. Temos é de limpar aquela zona rapidamente porque precisamos daquela área para alargamento dos terminais", concluiu. Texto: Lusa. |