A Comissão de Utentes de Saúde de Aveiro vem a público pedir o apuramento de responsabilidades na forma como foi tratada a lista de espera de quase em dois anos na consulta de hematologia do Centro Hospitalar do Baixo-Vouga e diz que a transferência de doentes para Coimbra não é solução.
Em nota divulgada esta sexta ao final do dia e no rescaldo de uma semana em que o tema foi abordado pelo Ministro da Saúde que reconheceu falhas no sistema, a Comissão de Utentes diz que o caso “representa um verdadeiro escândalo para o nosso país e para a região” e afirma que a “situação exige, no mínimo, um completo apuramento de responsabilidades relativamente aos utentes que ficaram sem acesso à consulta, o que, em muitos casos, pode fazer a diferença entre a vida e a morte”.
É pedida uma investigação à forma como se processaram as diligências realizadas entre as administrações do CHBV e do serviço de hematologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e quais foram as orientações dadas aos serviços do Hospital de Aveiro relativamente a esta matéria.
Quanto à resposta do Ministro da Saúde que terá dado ordens ao CHUC para tratar todos os doentes em espera, a Comissão de Utentes diz que vai acompanhar o cumprimento da medida e defende que uma unidade que serve “uma população superior a 400 mil pessoas não pode passar sem um verdadeiro Serviço de Hematologia digno deste nome”. Lembra que “não é possível empurrar todos os doentes para os hospitais centrais, já à beira da rotura”.
A Comissão de Utentes de Saúde de Aveiro reclama medidas como o reforço da consulta de hematologia, “com todos os recursos humanos e materiais necessários, mais médicos (no mínimo três especialistas), pessoal de enfermagem e auxiliar, camas e cadeirões com condições de apoio para os tratamentos que, em muitos casos levam horas a fio”.
Admitindo os custos dessa opção, os representantes dos utentes dizem não poder aceitar “que, sob a capa de uma racionalização de meios, se destrua um serviço de qualidade e essencial à população, para concentrar a sua atividade em Coimbra cuja capacidade de resposta é cada vez menor”. |