Porém, na breve declaração enviada à agência Lusa, a leiloeira remeteu outros detalhes para mais tarde, não adiantando informação sobre o paradeiro actual das 84 pinturas e esculturas.
"Temos o prazer de poder confirmar que vamos oferecer a colecção das 85 obras de Miró em leilão em Junho. Mais detalhes serão anunciados em devida altura", indicou uma porta-voz.
A declaração da leiloeira foi feita depois o presidente do conselho de administração da Parvalorem, Francisco Nogueira Leite, ter afirmando quarta-feira perante os deputados da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura que seria marcado um novo leilão "assim que houver condições económicas para o fazer".
O responsável garantiu ainda na mesma altura que "as obras voltarão a Portugal até ao final de Fevereiro, sem custos para os contribuintes".
As 85 obras de Joan Miró estavam para ser vendidas a 04 de Fevereiro, em Londres, segundo um contrato estabelecido com a leiloaria Christie´s, que acabou por cancelar a venda quando surgiram dúvidas relativamente à legalidade da sua saída de Portugal.
"As incertezas jurídicas criadas pela disputa em curso" nos tribunais portugueses "significam que não podemos oferecer as obras para venda de forma segura", justificou e leiloeira na altura.
A Parvalorem, a Parups e a Parparticipadas são as empresas criadas pelo Estado para a recuperação de créditos do antigo Banco Português de Negócios (BPN), nacionalizado em 2008.
A audição do presidente do conselho de administração da Parvalorem aconteceu numa altura em que o Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa está a avaliar uma providência cautelar interposta pelo Ministério Público (MP) para suspensão das deliberações e actos referentes à alienação das obras de Miró.
Trata-se da segunda providência cautelar sobre este caso, depois de o MP ter interposto outra providência cautelar, que foi indeferida pelo mesmo tribunal, pedindo a suspensão da venda do acervo de obras que eram do BPN.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse publicamente que a venda é para se concretizar e o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, disse que "a aquisição da colecção de Joan Miró não é considerada uma prioridade no actual contexto de organização das colecções do Estado" português.
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