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NOTÍCIAS | | | 01-04-2003
| Neto Costa
| Neto Costa |
| CAVES NETO COSTA, S. A .
Após o falecimento,em 1997, de António Neto Costa que, durante 30 anos, dirigiu a empresa, assumiu a presidência do Conselho de Administração sua irmã, D.Maria da Luz Cancela Neto Costa do Amaral, ficando entregue a gestão ao jovem casal, João Nascimento e Isabel Neto Costa Nascimento.
Mantiveram-se, no entanto, as estruturas da casa, assim como os seus produtos principais: os Espumantes e o sector dos Licores, Espirituosos e Xaropes, com as necessárias adaptações aos novos tempos e novos mercados. Um destes foi o da exportação, outro foi a expansão no já tradicional mercado de licores, onde sempre a casa ocupou uma posição de líder. Actualmente, os Licores, Espirituosos e Xaropes representam cerca de 60% da facturação e os Espumantes, Vinhos e Aguardentes, cerca de 35% . Por outro lado, o mercado interno representa 85% e mercado externo 15%, repartindo-se este último igualmente pelos Licores e pelas Aguardentes. Destas, destaca-se o interessante negócio brasileiro, onde em muitos locais se pede um Neto Costa como sinónimo de Aguardente Bagaceira. Actualmente, na fábrica de Licores, adjacente às instalações da empresa, são produzidos, por ano, cerca de 700.000 litros dos vários produtos, o que dá uma ideia da sua dimensão.
Quanto ao Espumante, este teve sempre um tipo muito bem definido e característico, que ainda hoje mantém, apelidado na gíria bairradina como o “Espumante de Anadia”, em contraste com o “Espumante de Sangalhos”, mais seco e acídulo no tipo Bruto. Talvez isto esteja ligado à permanência, ao longo dos anos, de duas gerações da família Moura, o pai Augusto e agora o filho Hermínio como responsáveis pela sua preparação. Esta começa no apoio técnico dado aos fornecedores do vinho, já na segunda e terceira geração e no acompanhamento cuidadoso da vindima e da vinificação.
Segundo Hermínio Moura, os vinhos brancos utilizados, há alguns atrás, eram mais consistentes, o que permitia conservar a cor e a estrutura durante muitos anos, mantendo sempre uma grande frescura. Hoje são vinhos mais magros, mas mais aromáticos, perdendo, no entanto, com o tempo esta característica mais rápidamente. O que variou também foi a adopção de novas leveduras, designadas aglomerantes, que facilitou a operação de “remouagem”, cuja duração passou das habituais 3 a 4 semanas para apenas uma. O que é admirável é que o tipo de Espumante se tenha mantido quase inalterável ao longo destes anos todos, sinal de que a tradição, se bem aplicada, é sempre um valor a conservar.
Merecem uma referência especial as galerias de preparação e estágio dos Espumantes, que são das mais interessantes da região por serem directamente escavadas na rocha do Monte Crasto, ex-libris da Vila da Anadia.
Quanto aos Licores, o produto de referência é o Licor de Café TIJUANA, acompanhado pelo Licor de Amêndoa Amarga, ambos com vários prémios internacionais, atestando a sua real qualidade. Na gama dos Espirituosos destaca-se o Absinto que tem grande aceitação no mercado, embora o seu nome esteja rodeado, desde o início do século XX, ao vício do seu consumo que, segundo consta, vitimou uma geração de artistas que, naquela época, vivia em Paris. Contudo, diga-se, em abono da verdade, esta bebida é simplesmente um espirituoso anisado, em que a utilização da Artemisia absinthium não é de modo a provocar os malefícios que lhe eram atribuídos naquela época.
O processo de fabrico dos Licores Neto Costa, baseia-se em métodos tradicionais que a casa adoptou, desde sempre, a este sector de actividade. Para isso e só para citar alguns exemplos, plantam-se laranjeiras amargas para fazer a infusão e o respectivo destilado, destinado à preparação do Tríplice, plantam-se groselheiras para fazer o Xarope de Groselha, plantam-se Tílias para fazer a infusão destinada ao Ponche (que na sua composição tem 17 ervas e plantas diferentes) e compram-se, apenas no Algarve por aqui serem as melhores, as amêndoas amargas, destinadas ao respectivo licor.
Relativamente aos Vinhos tranquilos, destaca-se o cuidado posto na sua selecção e qualidade, reflectidas nos prémios obtidos pelos seus vinhos do Dão e Regional Beiras.
Como corolário de todos estes procedimentos, está em processo de implementação um sistema de qualidade com vista à obtenção da respectiva certificação.
(21 Mar / 15:57) |
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