Se nada for feito em 30 anos o mar estará ligado à ria. A ideia foi transmitida por Carlos Coelho, investigador do departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro. Ouvido esta semana em seminário organizado pela Delegação Distrital de Aveiro da Ordem dos Engenheiros, o investigador falou de uma progressão que se agrava com as condições climatéricas.
“A erosão costeira no litoral da Ria de Aveiro” e “Estratégias de ordenamento e de adaptação” foram os pontos em agenda na sessão deste sábado. No dia 8 de Março haverá uma segunda sessão que tem como objetivo apresentar novas medidas de adaptação para os desafios da erosão costeira e subida do nível do mar na zona da Ria de Aveiro com presença de especialistas holandeses.
O investigador revela que os fenómenos de erosão são uma constante e a grande diferença estará no facto de hoje haver menos areal e maior proximidade à duna primária.
“Felizmente no ano passado não houve muitas situações. Este está a ser um ano infeliz. No passado aconteciam mas a vulnerabilidade era menor. Agora nota-se mais. Não será um aumento da frequência dos eventos mas a nossa perceção porque a costa está mais fragilizada. O mar pode chegar em menos de 30 anos mas o cenário de não fazer nada é pouco realista. Estamos sempre a reparar ou a prolongar qualquer coisa. Se não se fizer nada em 2014 temos o mar unido à ria”. |