Pedro Filipe Soares questiona o Governo sobre a erosão costeira no litoral aveirense e quer saber que medidas vai o Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia tomar para reparar os estragos resultantes desta vaga causada pela erosão costeira, para proteger as populações em risco e que medidas de fundo e estruturais vai tomar para combater os efeitos da erosão costeira que tem especial incidência no distrito de Aveiro.
No mesmo requerimento, o deputado abordar a extração de areias para pedir contas ao Governo sobre o que diz ser “um negócio”. “Que medidas vai o ministério tomar para garantir que as areias armazenadas e as areias que futuramente serão retiradas da costa pela APA sejam recolocadas na costa em programas de combate à erosão costeira”, questiona, ainda, o deputado do BE.
As zonas costeiras de Ílhavo, Ovar e Espinho mereceram destaque na intervenção do deputado que lembra os avanços do mar na zona do bairro dos pescadores no Furadouro, dando como exemplo o próprio posto de praia da cooperação de bombeiros que terá sido foi afetado. Na Praia da Barra foi arrastado um bar e destruiu um passadiço. Ao longo da costa vários postos foram danificados.
Citando estudos que são conhecidos e que abordam os avanços do mar no litoral aveirense a um ritmo intenso, Pedro Soares alerta para um quadro que está a tornar-se perigoso. “Em 2004, o Relatório do Estado do Ambiente em Portugal colocava grande parte do distrito de Aveiro como os locais mais críticos em relação à erosão costeira. As zonas mais ameaçadas do país eram o troço Espinho-Cortegaça (com um recuo de 3,2 metros/ano), o troço Costa Nova-Vagueira (8,0 m) e a praia do Furadouro (9,0 m). Mais recentemente, um grupo de investigadores da Universidade de Aveiro alertou que em 30 anos o mar pode avançar 90 metros na costa de Aveiro. Até 2040, podem mesmo desaparecer várias praias entre Cortegaça e Mira. Os dados mostram que nos últimos 50 anos a taxa de recuo nesta zona de costa foi de 1,5 metros por ano, com umas áreas a retrocederem 73 metros e outras 120 metros, como entre Maceda e o Furadouro.”
As críticas são dirigidas também ao tipo de abordagem efetuada em particular com a construção de novos molhes. “As medidas que vários governos têm adotado têm-se revelado dispendiosas mas ineficazes e muitas vezes mesmo erradas. Prova disso mesmo é que apesar das intervenções realizadas, o problema continua a persistir. As estruturas como pontões apenas resolve localmente o problema, com a consequência gravosa de o tornar pior a sul da localização”. |