As Grandes Opções do Plano (GOP) e Orçamento da Câmara de Aveiro foram aprovadas ao inicio da madrugada de sábado na Assembleia Municipal por maioria. "A sobredotação abre caminho a mais dívida", alertou António Salavessa, do PCP, duvidando da capacidade de gerar as receitas previstas. "Não há verba para acção social directa", criticou o bloquista Ivar Corceiro, deixando ainda nota de estranheza pela suspensão do orçamento participativo. Já a ex-Vereadora Maria da Luz Nolasco, do Movimento Juntos por Aveiro, "esperava alguma ousadia, algo de singular, que fosse uma rotura maior" na proposta global de 78,1 milhões de euros. O PS deixou o benefício da dúvida para um documento em transição de mandatos e maiorias. "Não é a nossa estratégia, mas por respeito democrático entendemos que é gerador de expectativas", disse o vogal Marques Pereira. Paulo Marques, do CDS, concordou com as prioridades traçadas para os 36 milhões de euros de investimento. "Não é possível fazer muito, mas é um ponto de partida", referiu numa nota optimista. A bancada do PSD subscreveu as propostas colocadas em primeira linha pela Câmara, como o investimento para repavimentações. "Aguardamos pela auditoria para lançar as bases de um futuro melhor plasmadas no programa eleitoral", afirmou Manuel Prior. A Câmara "prepara investimentos para novos fundos comunitários", disse Ribau Esteves. O Presidente admitiu que recorrer à inclusão de receitas previstas como a alienação de património (cerca de 20 milhões de euros) serve para equilibrar com a rubrica das despesas orçamentadas. Ribau Esteves lembrou que a Câmara ainda aguarda pela auditoria em curso, embora tenha voltado a insistir num quadro financeiro "dramático". Apesar das limitações, o edil garantiu que o executivo trabalha em várias frentes, por exemplo, para criar um fundo municipal na área social ou lançar projectos de requalificação urbana e do parque escolar que podem vir a ser alvo de candidaturas a fundos comunitários. A decisão de suspender o orçamento participativo, justificou, deveu-se a incumprimentos da Câmara de compromissos assumidos desde 2012 nas propostas seleccionadas. Ribau Esteves assegurou, em resposta ao PCP, que "o plano não agravará a situação da Câmara" mas a integração das empresas municipais irá penalizar as contas. Os documentos passaram com os votos contra dos eleitos do PCP. Texto: Júlio Almeida. |