O líder do PSD, José Manuel Durão Barroso, declarou sexta-feira em Aveiro que não fugirá às responsabilidades governativas sejam quais forem os resultados do partido nas próximas eleições europeias. "Os nossos adversários querem que as eleições europeias sejam um factor de perturbação do país, mas seja qual for o resultado eu não sou como outros que fogem", disse Durão Barroso durante um jantar de militantes que assinalou a inauguração da sede distrital de Aveiro do PSD. O líder do PSD - que reafirmou a vontade de cumprir a legislatura, independentemente dos resultados de outras eleições - apelou ao empenho dos militantes sociais-democratas para "as grandes batalhas a travar". Durão Barroso foi buscar "os casos da semana" no desporto na política e na economia, para apelar à cultura da responsabilidade, qualidade que acusou o PS de não ter tido ao "faltar ao encontro" para assinar um pacto de regime quanto às finanças públicas. Para o líder do PSD, a "responsabilidade precisa-se também na política, como demonstra o que se passou na Assembleia da República. Podia ter havido um pacto de regime para vários anos, no que respeita às finanças públicas, o que seria importante como sinal de confiança aos investidores de que haveria a mesma orientação para além da legislatura". "O maior partido da oposição faltou ao encontro e isto não é fazer oposição ao governo, mas fazer oposição ao país", acusou, concluindo que "quem é irresponsável e não é capaz de fazer oposição ao governo, muito menos tem credibilidade para governar". Durão Barroso lamentou que o PS tenha "a uns e outros dito não", porque "não é todos os dias que o Presidente da República faz um apelo à convergência de esforços" e no mesmo sentido se pronunciaram "vários economistas, especialistas e personalidades de diferentes quadrantes". A todos estes, disse Durão Barroso, o PS respondeu "com total irresponsabilidade, esquecendo-se que não era o governo que estava em causa, mas o país". Na sua revista dos temas recentes, Durão Barroso censurou ainda genericamente o futebol português, que viveu uma semana marcada pelas agressões no final do Vitória de Guimarães-Boavista, no passado domingo, e uma troca de acusações entre jogadores e dirigentes do FC Porto e do Sporting a propósito do último "clássico" entre as duas equipas, no passado sábado. "O desporto deve ser uma escola de virtudes e não pode ser palco de maus exemplos", disse Durão Barroso. "Não é o governo que manda no desporto e respeitamos as autonomias, mas o governo tem o direito e o dever de definir a orientação, designadamente em vésperas do Euro2004, porque é a imagem do país que está em causa", comentou. O que animou o líder do PSD foram "os sinais de responsabilidade" na economia "porque os índices de confiança dos empresários e dos consumidores estão a subir", acreditando por isso que a retoma gradual vai ser uma realidade. |