As fitas coloridas agitadas por uma aluna da Escola Profissional de Aveiro (EPA) à entrada do salão onde decorreu o jantar contrastavam com as pessoas que iam entrando. Silhuetas desbotadas daquelas vidas desarrumadas que, à noite, se arrumam em cantos e recantos de Aveiro. A fluidez alegre dos malabarismos que recebiam os convidados parecia passar despercebida aos rostos pesados que enfrentavam a sala onde a comida os esperava à mesa.
A coragem de ir ao jantar já era assinalável. Por muito estranha que esta afirmação possa parecer, essa é a verdade. A tendência dos sem-abrigo é passar despercebido. Não é esconder-se. Mas é ainda menos mostrar-se. Porém, aquele evento era para eles e elas que habitam as ruas de Aveiro.
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