Estudantes da Universidade de Aveiro (UA) “chumbam” o Orçamento de Estado para 2014. Em dia de votação na especialidade lembram que desde 2010 foram cortados ao Ensino Superior cerca de 330 milhões de euros. No horizonte está mais um corte de 80,5 milhões de euros e os estudantes dizem que desde 1991 o Estado tem vindo a passar o financiamento para as famílias. Falam também em degradação na prestação de serviços. Em jeito de protesto, alunos da UA pintaram uma faixa junto às catacumbas da Universidade, exigindo um "Ensino Superior efectivamente público, gratuito, de qualidade, democrático e para todos”. A Associação Académica da Universidade de Aveiro demarca-se da iniciativa. Diz concordar com as críticas ao Orçamento de Estado mas considera que os protestos devem ser enquadrados em encontros nacionais de estudantes e devem ter um suporte nacional. Tiago Almeida recorda que a Universidade de Aveiro até tem procurado manter os padrões de qualidade nos serviços "mesmo enfrentando cortes". "Não concordo com este protesto porque na UA os serviços tem mantido uma elevada qualidade, apesar dos cortes. Através das suas receitas próprias a UA tem sabido dar respostas, a todos os níveis. De facto os estudante tem menos capacidade financeira, as famílias ficam com muito menos dinheiro, todos atravessam um período muito duro mas, é possível que o Governo volte atrás em algumas medidas de austeridade", disse na Terra Nova. "Não podemos gerir o país como se fosse um Excel com cortes cegos em tudo. Há coisas mais importante que outras e o Governo arrisca-se a não cumprir metas da 'Agenda 2020'. Não se podem comprometer as 'metas' que assumimos, em Portugal. A 'educação' está condenada a um declínio sério", afirmou. O dirigente estudantil diz que segue com atenção as tomadas de posição do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, que cortou o diálogo com o Ministro da Educação. Tiago Almeida acredita que o futuro estará mesmo nas negociações. "Estamos sempre solidários com o CRUP. A rotura não é positiva para ninguém. Não existindo diálogo não vale a pena negociar. O Governo deverá ter outra atitude. É impensável que não se possa dialogar com o Governo. É uma situação inadmissível". A análise do Presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro no dia em que o Orçamento do Estado foi aprovado. |