Um estudo coordenado pela Universidade de Aveiro alerta para os riscos do despovoamento do interior. Antevê uma redução da população até um terço num horizonte temporal que vai até 2040.
A manter-se a atual tendência da evolução do índice de fecundidade no país e não havendo migrações, no ano de 2040 a faixa do interior do país que vai desde Trás-os-Montes ao Alentejo terá perdido cerca de um terço da população atual. Esta é a principal conclusão de um estudo coordenado pela Universidade de Aveiro.
Uma catástrofe demográfica anunciada. Um terço da população atual do interior do País poderá desaparecer até 2040. A previsão surge num estudo coordenado pela UA. “No interior a população atingiu uma situação em que não tem gente em idade de ter filhos. A população vai-se reduzir brutalmente”, refere Eduardo Castro, especialista em dinâmicas do território que coordenou o estudo feito por uma equipa de académicos de várias instituições de ensino superior e politécnico.
A manter-se a tendência atual, o interior arrisca perder nos próximos cem anos 75 por cento da população em relação a 2011. São necessárias políticas fortes para contrariar o despovoamento e não apenas incentivos pontuais à contratação onde começa a faltar mão-de-obra.
“Há uns anos uma empresa multinacional resolver ir para o interior porque pensava que a mão-de-obra era barata. Em poucos anos fecharam porque não tinham gente suficiente. Não havia serviço de apoio à atividade do calçado”.
Eduardo Castro aponta como exemplo o esforço do município do Fundão que convenceu uma empresa tecnológica multinacional, transferindo mais de uma centena de funcionários qualificados, graças a casas com rendas mais em conta e outras condições de vida atrativas.
A manter-se a atual tendência da evolução do índice de fecundidade no país e não havendo migrações, no ano de 2040 a faixa do interior do país que vai desde Trás-os-Montes ao Alentejo terá perdido cerca de um terço da população atual. |