O presidente do Sindicato dos Estivadores anunciou em Aveiro que a luta dos estivadores está para ficar contra um regime liberalizado que defende baixos salários nos portos. António Mariano afirmando que o Governo "pretende despedir todos os estivadores que ganhem mais de 500 euros".
Durante o debate promovido pelo Diário de Notícias em Aveiro, o presidente do Sindicato dos Estivadores contestou o modelo de gestão baseado no "baixo custo e velocidade alta" que está a ser implementado nos portos de Leixões e Sines.
"Não podemos aceitar este modelo que pretendem instalar. Estivemos em luta e vamos continuar em luta e vai-se saber disso nos próximos tempos, com maior exatidão", disse o sindicalista.
O presidente da Associação dos Portos de Portugal, José Luís Cacho, aproveitou a oportunidade para defender um aumento da concorrência nos portos e salientar que não vê problemas na gestão privada dos portos. "A falta de concorrência é um dos problemas que existem atualmente nos portos".
Cacho disse não ver qualquer problema na possibilidade dos portos virem a ser geridos no futuro na perspetiva privada ou publico/privada.
O presidente da Câmara de Aveiro, ex-presidente da Câmara de Ílhavo, aproveitou para falar sobre a relação do Porto de Aveiro e dos terminais portuários com as cidades. Lembra que a relação começou com deficiências devido aos valores das expropriações dos terrenos. Situação que acabaram por causar traumas na relação com a estrutura portuária. Hoje a nota maior vai para problemas pontuais em questões ambientais.
"De vez em quando há uma operação de descarga de um material que corre mal e lá vai uma nuvem de pó para cima das casas das pessoas e que suja tudo".
Ainda assim, o autarca diz que o balanço é globalmente positivo. “Há algumas notas negativas como a amplitude de marés mais altas, motas com erosão e algo disso tem a ver com o porto. Mas é preciso fazer a conta total. E na conta total a Ria de Aveiro tem um conjunto de ganhos com a existência do Porto”. |