Nenhum dos quatro automobilistas que o Ministério Público (MP) culpava pela morte de três mulheres, no caso do primeiro choque em cadeia registado na tarde de Agosto de 2010, na A25, em Sever do Vouga, irá ser presente a julgamento.
Após o debate instrutório, realizado no Departamento de Investigação e Acção Penal de Águeda, foi proferido um despacho de não pronúncia. Não se verificaram “indícios suficientes da ocorrência da factualidade relatada na acusação pública, o que torna improvável a futura condenação dos arguidos se sujeitos a julgamento”, lê-se no documento a que o Diário de Aveiro teve acesso.
Sucede que o juiz de instrução criminal concluiu que, nas circunstâncias em que ocorreu a sequência de embates, com nevoeiro denso, piso molhado e faixas de rodagem já bloqueadas pelos veículos previamente acidentados, “não seria razoavelmente de esperar ou de exigir dos arguidos conduta diversa” da que adoptaram. Por outro lado, também ficou por demonstrar que os condutores “circulassem acima dos limites de velocidade legalmente impostos”.
Os automobilistas acusados de homicídio por negligência eram o marido de uma das vítimas mortais, o motorista de um camião que abalroou o carro onde seguiam mãe e filha, que morreram carbonizadas, e um homem e uma mulher que estavam ao volante de dois automóveis que chocaram contra a viatura em que se encontravam o primeiro arguido e a mulher deste.