Um sistema que integra e articula dados a partir de sensores que
medem vários parâmetros agrícolas, e que permite actuar, automaticamente, em conformidade, serve de teste a uma plataforma de
comunicações “máquina-a-máquina” que está a ser desenvolvida na
Universidade de Aveiro (UA). Esta plataforma resulta de um projecto
promovido pela Portugal Telecom Inovação e pelo Instituto de
Telecomunicações da UA, no âmbito do QREN. A aplicação da
plataforma à agricultura pode ser mais um contributo para recolocar o
sector no caminho do futuro. O projecto Apollo procura desenvolver uma base tecnológica de suporte a novos serviços, na área das comunicações máquina-a-máquina (também designada por M2M – “machine-to-machine”). Um dos cenários de teste desta base tecnológica, com aplicação à agricultura consiste na articulação de uma rede de sensores sem fios a uma estufa hortícola que permite a monitorização de parâmetros relacionados com as diferentes fases de desenvolvimento das plantas, a optimização do processo de cultivo e a automação de diversas tarefas na estufa. As potencialidades desta solução de e-agriculture vão muito além dos sistemas comerciais, uma vez que estes são, essencialmente, autómatos que reagem aos valores indicados pelos sensores, sem qualquer capacidade de correlacionar informação. Os serviços de alerta de operação permitem ao utilizador identificar, no momento, parâmetros cujo valor esteja fora da gama normal. Esta informação pode ser facultada localmente mas, acima de tudo,
de forma remota, permitindo uma monitorização constante, mesmo quando
não existe ninguém no local. Através da comparação dos valores medidos com as regras pré-definidas pelo sistema, ou pelo utilizador, podem ser emitidos alertas para situações tais como: falha no sistema de rega; desvios excessivos nos valores de pH da água; presença de condições ambientais extremas que exijam medidas de precaução adicionais, entre vários outros. O protótipo inicial é composto por sete unidades, cada uma contendo oito sensores específicos, nomeadamente, de temperatura do ar, humidade no ar, temperatura do solo, humidade no solo, radiação solar, humidade ao nível da
folha e quantidade de CO2. Os testes decorrem na estufa de propagação vegetal da Escola Superior Agrária de Coimbra, com apoio de alunos, docentes e investigadores daquela instituição que colaboram na validação dos modelos. A equipa de investigadores envolve Rui Aguiar, investigador principal e professor do Departamento de Electrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) da UA, Diogo Gomes, coordenador da plataforma de serviços e também professor do DETI, e João Paulo Barraca, responsável pela plataforma de sensores. |