Uma enorme cratera junto a uma das margens do Rio Vouga, em Eixo, não deixa dúvidas sobre os estragos provocados recentemente nos campos agrícolas da zona. Rombos nas margens do rio, causados pelo mau tempo de final de Março, afectaram cerca de 35 hectares de terrenos. A água que galgou as margens arrastou consigo, nalguns casos até um quilómetro de distância, areia ou pedras que inutilizaram os campos agrícolas. Isto numa altura em que deviam começar as sementeiras.
Perto de 20 proprietários somam “grandes prejuízos” por estarem impedidos de usar os seus terrenos, contou ontem ao Diário de Aveiro o agricultor João Cunha, que produz anualmente 500 toneladas de milho para pombos.
João Cunha e outros lavradores locais guiaram ontem o Diário de Aveiro numa visita à área afectada, onde se produz milho ou produtos hortícolas. Muitas terras estão cobertas de areia, nalguns casos com 80 centímetros de altura, e há estradas de acesso aos campos cortadas.
A 30 de Março o rio rebentou em três sítios, danificando 35 hectares. Se não houver uma solução rápida, outros 100 hectares já cultivados ficam “em risco”, avisa João Cunha. “Se vier um dia de chuva perdemos tudo”.
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