Dois amigos, de 19 anos, foram expulsos do comboio, anteontem, na estação da CP de Estarreja, porque um deles não pagou o bilhete da cadela que os acompanhava.
A CP não autoriza o transporte gratuito de animais não acondicionados e, neste caso, o dono do animal poderia, apenas, ter comprado o título de transporte (meio-bilhete) na bilheteira, pelo que a opção de expulsão dos dois passageiros não parece entrar em conflito com as regras da empresa.
No entanto, testemunhas criticam a actuação do revisor e de militares da GNR. O primeiro é acusado de não ter aceitado dinheiro de outros passageiros que se ofereceram para pagar o bilhete do animal. Os segundos, de terem agredido os rapazes.
O relato de uma passageira, tornado público numa rede social, na noite de anteontem, tornou-se um fenómeno viral e já foi partilhado por milhares de pessoas.
Marlene Melo começa por contar que os indivíduos - um residente em S. João da Madeira, outro, em Ovar - que acabariam por ser detidos pela GNR, entraram no comboio Urbano, que efectua a ligação entre Porto e Aveiro, em Ovar, pelas 18.45.
“O revisor implicou com o facto de a cadelinha não ter bilhete [algo que os jovens não saberiam] (...) e o comboio parou a marcha na estação de Estarreja”, onde foi contactada a GNR “para tratar da situação”.
Alguns passageiros menos pacientes - o comboio esteve imobilizado cerca de 30 minutos - ter-se-ão oferecido para pagar os dois euros, mas sem efeito.
A CP considerou “correcta” a actuação do seu colaborador, que “actuou no escrupuloso cumprimento dos seus deveres, tendo mantido o necessário profissionalismo”.
A empresa refere, também, que o passageiro em causa recusou o pagamento do transporte, “tendo instado o colaborador da CP a convocar as autoridades”. A bordo encontrava-se, já, um agente, ao qual o dono do animal “recusou identificar-se”, justificando-se, assim, a chamada da patrulha.
|