Um homem humilde, honesto e incapaz de cometer tal “pecado”. É assim que D. Carlos Azevedo, acusado de assédio sexual, é visto pela população de Milheirós de Poiares, freguesia de onde o bispo é natural.
Os milheiroenses reagem com indignação ao caso tornado público anteontem, através da revista Visão, mas que já terá sido denunciado em 2010 ao Núncio Apostólico em Portugal. De acordo com essa denúncia, D. Carlos, de 59 anos, assediou sexualmente membros da Igreja Católica, incluindo o autor da acusação. Na altura, o bispo era director espiritual do Seminário do Porto.
Entretanto, em 2011, o bispo, nome falado para patriarca de Lisboa, foi nomeado pelo Papa para delegado do Conselho Pontifício da Cultura, estabelecendo-se em Roma.
Mas D. Carlos Azevedo continua a deslocar-se com frequência à sua terra Natal, onde é sempre recebido calorosamente.
Conceição Silva trabalhou, durante 35 anos, na casa da família Moreira Azevedo e afirma, sem rodeios, que a acusação é “uma grande calúnia”. “Fui criada com ele e é a melhor pessoa que conheço. É um homem trabalhador e humilde, que reparte tudo o que tem”, refere a sexagenária, que garante ser uma das pessoas mais próximas do bispo em Milheirós de Poiares.
O sentimento de revolta naquela freguesia do concelho feirense é generalizado e os moradores falam em “jogos de interesses”, estranhando que só agora o escândalo se tenha tornado público.
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