O Ministério Público (MP) quer anular e repetir o julgamento do caso do alegado “Estripador de Lisboa” suspeito de ter assassinado uma jovem, na Póvoa do Paço, em Cacia, no ano de 2000. No seu recurso, o MP alega eventuais “vícios” do acórdão proferido pelo Tribunal de Júri, como “erros notórios na apreciação da prova”, sustentando que os juízes e os jurados “não tiveram em conta” a primeira entrevista de José Guedes à jornalista Felícia Cabrita, do semanário Sol.
Nessa entrevista, que a defesa do arguido diz ter sido uma conversa gravada sem o seu consentimento, José Guedes “avançou em primeira mão como sua a autoria do homicídio de Cacia, um crime de que nem a Polícia Judiciária de Aveiro se recordava”, defende o recurso interposto ontem para a Relação de Coimbra.
A questão essencial para o MP será, segundo apurou o Diário de Aveiro, um “erro notório na apreciação da prova”, já que “o Tribunal de Júri não teve em conta a primeira entrevista com José Guedes, transcrita na íntegra nos autos, na qual foi o arguido a falar a primeira vez ter sido ele próprio o autor da morte de Filipa de Melo Ferreira, na Póvoa do Paço, em Cacia”.
Se o Tribunal da Relação de Coimbra acolher a petição do Ministério Público, a consequência imediata será a anulação e a consequente repetição do julgamento, com outros três juízes e outros oito jurados (quatro efectivos e quatro suplentes), como diz o Código de Processo Penal.
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