É vice-presidente da Câmara há praticamente oito anos. Como olha para esta experiência no executivo?
Foi uma experiência enriquecedora e entusiasmante, apesar dos tempos difíceis relacionados com todas as limitações financeiras que tanto condicionam o trabalho deste executivo. Apercebi-me da riqueza da população aveirense, do seu sentido cívico, solidário e do seu empreendedorismo.
Este ano realizam-se eleições autárquicas. Gostaria de continuar no executivo no próximo mandato?
Agora não penso nisso. A experiência que se ganha com a passagem do tempo ensina-nos a viver o momento. O que sei é que continuarei activo e que a vida está cheia de possibilidades de encontro com os outros e de contribuição para a comunidade.
Élio Maia ainda não disse se tenciona voltar a concorrer. Acha que se deveria recandidatar?
Claro que sim. O esforço financeiro que marcou os dois últimos mandatos dificultou severamente o trabalho na autarquia e não é sério afirmar que havia alternativa a esta contenção. A falta de meios com que o dr. Élio Maia se debateu foi constante e impediu-o em vários momentos de fazer tudo o que desejaria. Agora que o caminho para o equilíbrio das contas é menos penoso, seria justo que pudesse continuar o seu trabalho.
Como tem corrido a coligação com o CDS ao longo destes dois mandatos?
Há uma diferença fundamental entre uma equipa constituída por um só partido e uma equipa de coligação, como é o caso desta maioria, formada por elementos do PSD e do CDS. O esforço que é necessário para encontrar soluções de consenso é maior. Mas julgo que os dois partidos têm mantido um diálogo muito salutar, pautado pelo respeito e pela cordialidade, e que têm conseguido chegar a boas e comuns soluções.
Existem condições para a aliança se manter?
Penso que sim. Agora existe um passado que é comum e acredito que também um projecto em que ambas as forças políticas se revêem.
Qual acha que é neste momento o capital político da coligação PSD/CDS junto da população de Aveiro?
Imagino que haja aveirenses que olham para o trabalho deste executivo e que só vêem aquilo que ele não fez, sem atenderem às circunstâncias tão difíceis da sua actuação. É sempre mais fácil criticar aqueles que exercem algum poder, sobretudo em tempos tão complicados. Compreendo essa posição. Mas penso que a maioria dos nossos concidadãos reconhece o esforço que foi feito, a honestidade no exercício de funções públicas e a recuperação possível das finanças do município. Penso que a maioria consegue olhar e avaliar para além da superfície.
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