Assumiu a presidência do AveiroArte há mais de um ano. A experiência tem corrido bem?
Tem corrido muito bem. O Aveiro Arte é um grupo com características muito peculiares – somos a terceira associação de artistas mais antiga de todo o país, com 41 anos. O AveiroArte tem vivido fora da sombra de uma universidade de artes - não temos a Faculdade de Belas Artes do Porto ou de Lisboa, o que fez com que o AveiroArte se desenvolvesse à volta de um grupo mais ou menos restrito de artistas. Durante muitos anos, o AveiroArte foi um grupo fechado, não era fácil aceder… Quando entrei para presidente havia cerca de 140 artistas, actualmente somos mais de 200…
Como se explica esse aumento?
O segredo é receber as pessoas com dignidade e democracia, tratar todos por igual… O AveiroArte não tem fins lucrativos, não é uma galeria… O AveiroArte caracterizou-se por ser um movimento modernista, contemporâneo, com caracter experimental, conceitos que hoje estão mais ou menos enraizados. O AveiroArte acolhe muita gente, que é filtrada pela nossa comissão artística. Receber gente e criar um grupo onde as pessoas se sintam bem foi a minha aposta, e foi uma aposta ganha. Antes havia um certo elitismo, só alguns expunham. Neste momento trabalhamos de outra maneira: a qualidade provém da quantidade. Quantos mais artistas estiveram a trabalhar, mais qualidade teremos nas nossas apresentações. Com esta direcção, o Aveiro Arte expõe o ano inteiro, quando antes praticamente só havia uma exposição colectiva. Temos trabalhado no sentido de fazer vários eventos ao mesmo tempo, não só de pintura, mas também de escultura, conferências, ‘performances’, apresentações de livros…
Aumentou muito o número de sócios. O que ainda pretende alcançar?
Há um trabalho a fazer. O AveiroArte ainda não está suficientemente estruturado – faz-nos falta, por exemplo, um espaço onde os artistas possam estar e conversar, onde se sintam em casa.
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