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26-12-2012

“Tenho a certeza que o Beira-Mar vai ficar na I Liga”



A explicação para o mau início de época, o antídoto para que a confiança não ficasse irremediavelmente perdida, a relação profissional com Majid Pishyar e a sua muito comentada ausência junto do plantel e da SAD, a forma desrespeitosa como o clube terá alegadamente sido tratado em Arouca, aquando da eliminação da Taça de Portugal, a necessidade, ou não, de o plantel ser reforçado em Janeiro, bem como se há ordenados em atraso e ainda as agruras vividas na sua passagem como treinador da Académica, foram temas, entre muitos outros, a que o técnico respondeu de forma vibrantemente controlada.
Pelo meio deixou agradecimentos e elogios ao presidente António Regala, ao dirigente da SAD, Nuno Patrão, ao empresário Ulisses Santos e aos “Ultra Auri Negros”.

Surpreendeu-o a má carreira inicial do Beira-Mar?
Sim, embora soubéssemos que esses imponderáveis podem acontecer a qualquer equipa, porque o futebol não é uma ciência exacta.

Já detectou os motivos porque isso aconteceu?
Contratámos 11 jogadores, mantendo 14 do plantel anterior. Só que no grupo destes últimos, poucos, cinco ou seis, é que tinham sido utilizados, com frequência, na equipa principal, ou se quiser, tinham experiência ao mais alto nível. Obviamente, esta natural inexperiência poderia originar desequilíbrios no rendimento emocional e estrutural da equipa. Paralelamente, as contratações foram feitas dentro da realidade financeira do clube, ou por outras palavras, sem recorrermos a nomes sonantes. Tudo isto junto foi um contributo importante para esse menor desempenho inicial. Apesar de tudo, acreditávamos que o arranque seria bem conseguido, porque fizemos um pré-época extraordinária.

Mas rapidamente tudo se esboroou…
Não diria que se esboroou. Aconteceu que, no jogo inaugural, com a Académica, depois de 70 minutos de grande qualidade futebolística que nos possibilitou chegarmos ao 3-0, deixámos o adversário, relembro, com menos um jogador em campo, chegar ao empate. Este “atropelamento” de todo inesperado, em função do jogo que estávamos a realizar, teve como consequência trazer à tona a tal inexperiência/insegurança que ainda se registava no plantel. Os efeitos nefastos desse “atropelamento” fizeram também com que fosse subvalorizado o que de muito bom tínhamos feito e hiper-valorizado, no pior sentido, os tais fatídicos 20 minutos finais desse jogo. O crescimento que a equipa vinha sentindo foi inopinadamente virado do avesso.

Nessa altura temeu o pior?
Não, antes pelo contrário. Reforçámos a nossa confiança em todos, passando a mensagem, sempre com verdade, de que deveríamos antes valorizar os tais 70 minutos muito estimulantes e não os restantes 20. Só pensando e agindo dessa forma é que não poríamos em causa o nosso processo de crescimento.


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