O Reitor da Universidade de Aveiro (UA) denunciou a "desvalorização do papel" das instituições de ensino superior. Manuel Assunção falava esta segunda-feira no início da sessão solene do 39.º aniversário da instituição. As Universidades públicas perderam nos últimos sete anos "30 por cento do seu financiamento". O apoio público por aluno "desceu significativamente abaixo do que é dedicada a outros níveis do ensino", ficando "pouco mais de metade dos cinco mil euros" previstos na lei. "Dizem-nos que esta exiguidade é o Estado do Estado; dúvido que possa ser tão linear, uma vez que a descida não tem paralelo na administração pública, apesar das Universidades evidenciarem gestões equilibradas e transparentes, não apresentarem dívidas ou contribuirem para o défice", estranhou Manuel Assunção. As consequências estão à vista, traduzindo-se "no aspecto mais gravoso na impossibilidade de renovação de quadros" já com uma média etária "muitíssimo preocupante". Para o Reitor da UA, é uma "escolha política que só pode ser entendida pela desvalorização do papel das universidades". E usou de uma adaptação livre da célebre formulação de Winston Churchill para sublinhar as críticas ao Governo. "Se julgam que a qualificação é cara, pensem quanto custará a alternativa em subsídios sociais de inserção; se imaginam que podem dispensar as universidades na promoção de espírito empreendedor não se surpreendam se o investimento não for o desejado e as exportações não aumentaram como é preciso; se estão convencidos que se pode deixar de alimentar a investigação existente é porque se esquecem como é fácil de destruir de repetente o que levou anos de trabalho persistente a consolidar", referiu. Para Manuel Assução, as instituições têm de mostrar melhor o seu contributo ao País, já que se encontram "demasiado invisivéis aos olhos dos governantes e dos cidadãos". Fonte: NA |