Os Amigos da Avenida reuniram com representantes da autarquia para debater a ponte pedonal do Rossio. Encontro que contou com as presenças de António Soares, José Quintão e Emília Lima (CMA) e Gil Moreira, Cristina Perestrelo e José Carlos Mota (Amigosd’Avenida).
O movimento cívico diz que “existe um acordo quanto aos princípios técnicos que se defendem para a intervenção na cidade - promoção de uma cidade para os peões (e cidadãos), invertendo uma prática de planeamento do espaço público que tem vindo a privilegiar o automóvel”.
A divergência surge ao nível das propostas desde logo no caso da ponte pedonal por se perceber que “a decisão sobre a sua necessidade não teve como suporte um estudo técnico, onde se tenha avaliado com rigor o número de pessoas que irá servir, os eventuais impactos positivos que poderá potenciar ou efeitos perversos que poderá ter (por exemplo das migrações de funções – bares e restaurantes). A sua localização foi definida de uma forma ampla, tendo sido deixado ao projectista vencedor do concurso a definição exacta da sua localização e o modo de articulação das duas margens. Faltam estudos que quantifiquem a poupança de tempo que a nova travessia irá permitir reduzir evitando a deslocação à Ponte Praça.
José Carlos Mota, dos Amigos d' Avenida, lamenta que a autarquia não se mostre disposta a recuar na decisão da construção da ponte, mas acredita que, pelo menos, o movimento cívico conseguiu mostrar a sua posição: “Neste momento, não temos nenhuma informação de que a autarquia esteja disposta a alterar essa decisão, mas, de qualquer forma, transmitimos os nossos receios aos técnicos presentes porque a construção da ponte pode vir a condicionar o ordenamento de toda a zona central da cidade. Temos investimentos e receitas muito condicionadas e, por isso, era importante ponderar antes de se tomar decisões”.
José Carlos Mota adianta, ainda, que a autarquia deu conta de que pretende levar a cabo um estudo de planeamento de toda a zona central da cidade de Aveiro. Os Amigos d´Avenida acreditam que a construção da ponte pedonal do Rossio deve ser evitada antes das conclusões do estudo: “Recebemos a informação de que a autarquia pretende fazer um estudo de planeamento de toda a zona central da cidade e esse estudo deveria motivar a autarquia a reponderar a construção da ponte pedonal. Se se vai estudar a mobilidade em toda a zona central, a possibilidade de localização de um equipamento de um parque de estacionamento no Rossio, não deveria haver nenhum ónus e, por isso, evitar a construção da ponte antes do planeamento, parece ser a solução mais prudente”.
Os Amigosd’Avenida manifestaram receios quanto à localização da ponte (e impacto visual), dúvidas quanto à inserção e integração num contexto territorial mais vasto (ligação na envolvente imediata – Rua Galitos - e na envolvente mais vasta - PdS/Universidade de Aveiro) e preocupações quanto à dificuldade em controlar o eventual excesso de funções ligadas à restauração no Alboi (podendo vir a ocorrer uma situação semelhante à que existe hoje na Praça do Peixe).
Lamentam, ainda, o facto do Rossio não estar integrado no Parque da Sustentabilidade.
Mantendo as dúvidas, os Amigosd’Avenida “reiteraram a sugestão da reponderação da construção da ponte pedonal e o seu lançamento após a definição do ordenamento global do centro da cidade e no caso da Praça Melo Freitas, manifestam “preocupação face ao período de vigência do contrato de concessão da publicidade (5 anos) e alertámos para a necessidade de rapidamente se lançar o debate prévio sobre o concurso de ideias, tendo sido referido que será o mesmo que englobará a Ponte Praça”.
No caso da avenida Lourenço Peixinho foi sugerida a realização de uma sessão de trabalho com alguns dos “parceiros estratégicos” para uma mais precisa definição do “programa base” da iniciativa. E sobre o Parque da Sustentabilidade a autarquia terá garantido o lançamento de debates.
Apesar de elogiar a iniciativa de encontro, diz que foi tardio e sem resultar num “encontro de posições”. |