Tem sido um Inverno complicado para os pescadores de pesca artesanal da região de Aveiro, à semelhança do que tem acontecido em todo o País. A chuva e os ventos fortes deixam o mar revolto e obrigam os homens a ficar em terra. Manuel Soares, da Associação de Pesca Artesanal da Região de Aveiro, reconhece as dificuldades e já prevê mais uma semana em terra para os pescadores.
“A instabilidade do mar este ano foi, de algum modo, muito grande e com períodos bastante alargados. Esta semana sabemos que a pesca artesanal já não sai, não haverá pesca para esta gente. São embarcações pequenas e a instabilidade do mar não lhes permite trabalhar, até porque a barra deverá continuar condicionada. Mas a verdade é que quando o mar cai, como se diz na gíria, consegue-se fazer pescarias mais abundantes e compensatórios, o que leva muita gente a tentar arriscar”, admite o presidente da APARA.
Manuel Soares lamenta os vários acidentes registados com embarcações de pesca artesanal e reconhece os perigos desta actividade. São barcos pequenos que, por isso, oferecem menos segurança, apesar de terem os meios de salvação a bordo. No entanto, nem sempre os coletes estão vestidos até porque muitas vezes é mais perigoso usa-los.
“Os meios de salvação estão sempre a bordo, embora nas pequenas embarcações não é nada fácil ter os coletes vestidos. São coletes que são assim há mais de 50 anos e que são incómodos e até perigosos para trabalhar, pois podem ser arrastados pelas artes de pesca”, alerta Manuel Soares.
Na região de Aveiro, Manuel Soares admite que as condições de segurança e salvamento são boas. A Capitania do Porto de Aveiro tem os meios necessários para actuar em caso de acidente. “No nosso porto de pesca, a Capitania e o ISN têm motos de água, barcos rápidos e um barco de alto mar, isto é, têm os meios para ajudarem os barcos de pesca que estão mais próximos da costa. Têm condições para chegar rapidamente”, disse Manuel Soares, presidente da Associação de Pesca Artesanal da Região de Aveiro. |