Os partidos com assento na Assembleia Municipal de Ílhavo reconhecem as obras que foram feitas no município pelo executivo maioria social-democrata, que lidera há cerca de 12 anos, mas criticam as dividas que a autarquia acumulou em função dessas obras.
Francisco Rocha, do CDS, acredita que Ílhavo se desenvolveu à custa de endividamento: “É inegável que o concelho conheceu um desenvolvimento notável nestes últimos anos. Mas, à custa de quê conseguimos este desenvolvimento? Há custa de endividamento e com esta atitude estamos a pôr em risco as gerações vindouras”.
O PS também concorda que Ílhavo se desenvolveu de forma significativa e diz até que concorda com a maioria das obras que foram feitas. No entanto, José Vaz afirma que esse desenvolvimento não deveria deixar para trás as dividas que deixou: “Mal de nós se não tivesse sido feita nenhuma obra em todos estes anos. Concordo com a maioria das obras. Pode discutir-se a localização do Centro Cultural de Ílhavo, mas nós precisávamos daquela infraestrutura, por exemplo. Mas pode, também, discutir-se a gestão e as prioridades financeiras. Tiveram tempo, dinheiro, meios e condições”.
José Alberto Loureiro afirma que a Câmara demora demasiado tempo a pagar a empreiteiros e fornecedores. O deputado do PCP diz mesmo que a câmara excede os limites normais de pagamento: “É evidente que foram feitas obras. Mas, também é verdade que pagam com largo atraso. É escusado dizerem que pagam a 120 dias porque não é verdade. Basta ver as facturas do ano passado para perceber que pagam para além dos limites que são normais”.
Flor Agostinho acredita que muitas obras esperadas há décadas só foram possíveis de realizar com o executivo de maioria PSD. O deputado social democrata destaca ainda algumas empreitadas a realizar em 2010: “Há pequenas obras por este concelho que nos parece que já existem há 30 anos, mas foram feitas apenas nos últimos 12. O acesso à A17, por exemplo, vinha a ser reivindicado há mais de 30 anos e só agora foi possível realizar. Temos cerca de nove obras que vão ser inauguradas no primeiro ano deste mandato, como as escolas, a reconstrução da EN109, a variante nascente a Ílhavo, o Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, entre outros”.
O debate na última edição do programa “Discurso Directo”. |