Ribau Esteves considera que o projeto da Inovadomus para a transformação de uma casa em estilo arte nova num Laboratório de Reabilitação, vai gerar mais-valias na cidade de Ílhavo. O autarca lembra que o espaço, mesmo no centro, tem um quintal que será transformado em ponto de encontro da sociedade ilhavense. Acredita que pode funcionar como estímulo em projetos de reabilitação. "O nosso é um centro calcetado com um apontamento verde no eixo central da Avenida 25 de Abril e no velho jardim Henriqueta Maia, o resto é calçada, acho que os 200 metros quadrados de quintal da propriedade tem de ser uma oferta nova para os cidadãos, um espaço de encontro numa ambiência radicalmente diferente de tudo o resto, com a lógica de que aquilo era o quintal da casa, continuará a sê-lo mas deixando de ter o estatuto de privado", disse.

António Oliveira, Presidente da Inovadomus, Associação que reúne empresas da área dos materiais de construção e a Universidade de Aveiro, refere que o futuro da habitação passa pela reabilitação e pela recuperação de casas que apresentam defeitos de construção. Espera, agora, que os poderes públicos sejam sensíveis a estas questões, agilizando processos. "As Câmara e o Estado tem de passar a fazer o trabalho bem feito e deixar de o fazer mal feito", sublinhando que "a Inovadomus tem de encontrar soluções para tornar estas casas habitáveis, confortáveis e dignas, com melhores espaços em termos comparativos com o que foi feito nos últimos anos, num exagero de construção, deixando a construção nova e usando as casas construídas, investindo na reabilitação, esse é o nosso papel, fazer com que as pessoas se sintam atraídas a viver em casas antigas reabilitadas".

Jorge Alves, professor universitário dedicado às questões da inovação, sublinha a dimensão do desafio lançado em Ílhavo com a aquisição de uma habitação para funcionar como Laboratório de Reabilitação. "Se queremos experimentar várias modalidades de reabilitação nesta casa, significa que a reabilitação que fazemos hoje deve ser reversível, hoje reabilito mas tenho de ter a capacidade de regressar ao ponto em que fiz a reabilitação, para testar novas soluções, a nossa capacidade inventiva será muito solicitada para que façamos a intervenção, mas, tenhamos a capacidade de regressar à casa que encontrámos inicialmente, para depois fazer novas intervenções melhores do que as que fizemos na primeira abordagem", disse. Ontem foi 'Dia Aberto' na casa que a partir de agora vai funcionar como Laboratório de Reabilitação.

O debate pode ser ouvido na Terra Nova na próxima emissão "Conversas", na próxima quarta-feira às 19h00.