A instabilidade no setor portuário mereceu a análise dos partidos com assento na Assembleia Municipal de Ílhavo no programa “Discurso Direto”. Flor Agostinho, do PSD, lembra que todos os portugueses estão a sofrer cortes. Diz que os estivadores deveriam flexibilizar.
“Há muita gente com dificuldades no emprego. Gente que faz horas extraordinárias sem receber para poder garantir o emprego. Gente, mesmo na administração pública, que se dedica de uma forma abnegada para não perder o emprego. E estes senhores não estão preocupados com os outros”.
José Alberto Loureiro, do PCP, salienta que nem tudo o que se diz sobre os salários dos estivadores é verdade e que num conflito há sempre dois lados. “Quais as razões que levam os trabalhadores a perder os seus dias de trabalho. É porque algo está em jogo. Se há culpas de um lado, também há do outro. A pretensão é de que trabalhadores passem a não ter horário fixo. Estão em casa, toca o telefone e chamam para descarregar o navio”.
Pedro Martins, do PS, considera que neste setor os sindicatos têm força e fazem-se valer desse estatuto. Sugere alguma flexibilidade. “Contrariamente à maior parte dos trabalhadores portugueses que não sabem o poder que um sindicato pode ter, eles sabem e usam-no. Usam-no e bem conquanto não prejudiquem a economia. Não vale a pena sermos líricos, eles não querem saber disso para nada. Devia haver bom-senso. Defender os direitos sim mas ver a realidade que os cerca e talvez pudessem ceder nalguma coisa”. |