Foi em silêncio e à luz das velas que centenas de pessoas marcharam, ao final da tarde de ontem, ao longo da Estrada Nacional 235, na zona de Mamodeiro, para alertar, precisamente, para a ameaça que aquela via continua a constituir para quem ali passa. Na última década, só no troço que atravessa a freguesia de Nossa Senhora de Fátima, terão morrido naquela estrada “umas 10 pessoas”. Contas feitas pelos habitantes da zona, que já perderam a noção exacta da quantidade de acidentes que ali ocorrem. O último teve um desfecho trágico: uma menina de 11 anos foi atropelada, acabando por vir a falecer no hospital.
A morte de Mónica Freitas, aluna da Escola de Música da Banda de Fermentelos, acabou por dar o mote para a acção de protesto realizada ao final da tarde de ontem, tendo a sua memória sido evocada por muitos dos presentes. “Ela nem sequer estava na faixa de rodagem quando foi apanhada pelo carro”, lamentou Jaime Freitas, avô da vítima. Viu a neta morrer na sequência de um acidente “ali mesmo à porta de casa”, desabafou, ao mesmo tempo que não conseguia esconder a revolta. “As pessoas falam mas ninguém faz nada para dar mais segurança à estrada”, criticava.
Cansado de assistir a promessas que acabam por nunca ser cumpridas, Jaime Freitas até já só pede autorização para a realização da obra. “Se a Estradas de Portugal me desse autorização, eu fazia a rotunda. Isso resolveria o problema da estrada”, referiu o avô de Mónica Freitas.
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