Teófilo Santiago, responsável pela PJ de Aveiro, é ouvido hoje no julgamento conhecido como processo do estripador. José Guedes responde pelo homicídio de uma jovem em Cacia no ano 2000. Foi incriminado por um depoimento a uma jornalista do Sol mas a defesa diz que os argumentos que o retiram de casos registados em Lisboa, pode ajudar a provar a inocência em Aveiro.
O depoimento, esta quinta-feira, no tribunal, do diretor da PJ de Aveiro deverá ser aproveitado para a defesa de José Guedes demonstrar as fragilidades da investigação, nomeadamente a alegada falta de provas. Teófilo Santiago, um dos históricos da polícia de investigação criminal, tinha pedido escusa mas o juiz presidente, face à insistência da advogada Poliana Ribeiro, manteve o agendamento.
O arguido está a ser julgado por homicídio de uma jovem prostituta em Cacia, no ano 2000, depois de ter assumido a autoria dos crimes atribuidos ao “estripador de Lisboa” em vídeos gravados pela jornalista Felícia Cabrita depois divulgados pelo jornal SOL.
Com o julgamento a caminhar para o fim, a advogada de defesa, Poliana Oliveira, continua a manter a tese de falta de provas.
"O facto de ser um tribunal de júri é sinal de que a acusação pública é muito frágil. Não estando aqui em julgamento a acusação de Lisboa, a acusação parte um pouco dessa tese e foi com base nessas conversas que também fala nesses crimes. Na nossa opinião, provando que é inocente em Lisboa, não é automático que se prove que é inocente em Aveiro, mas é um grande passo. A prova toda assenta nessas conversas”.
Após a detenção ocorrida há um ano, José Guedes negou sempre ter cometido os homicídios relatados na primeira pessoa.
Em tribunal remeteu-se ao silêncio mas o filho foi contar que tudo não passou de “uma fantasia” na esperança de vir a entrar na concurso “Casa dos Segredos”, da TVI.
O arguido era empregado de mesa mas fazia esporadicamente serviços na construção civil, tendo passado pelo centro de saúde de Ílhavo em 1998, e também eventualmente até 2003 em obras de manutenção. |