O Conselho Europeu dá hoje início a uma cimeira extraordinária, em Bruxelas, para debater o orçamento comunitário plurianual para 2014-2020, que tem estado a dividir opiniões entre os Estados-membros da União Europeia.
Na semana passada, o Conselho apresentou uma proposta de redução do orçamento da UE em 80 mil milhões de euros para 2014-2020, em relação à proposta da Comissão Europeia.
Na terça-feira passada, o comissário europeu dos Assuntos Institucionais afirmou que há, "claramente", uma divisão entre os Estados-membros contribuintes líquidos para o orçamento comunitário e os países amigos da coesão, caso de Portugal, "muito resistentes" aos cortes defendidos pelos primeiros.
“Nenhuma organização consegue ser eficaz com um orçamento assim”
“As expectativas são negras”. É assim que João Pedro Dias, especialista em assuntos europeus, antevê os resultados do Conselho Europeu previsto para hoje e amanhã. O investigador afirma que dificilmente o Conselho Europeu vai chegar a uma conclusão, mas adverte que “o facto de não haver um acordo na primeira reunião não é negativo; negativo é o que está na origem da falta de acordo, nomeadamente, a prevalência de interesses egoístas de alguns Estados-membro sob os verdadeiros interesses da União Europeia, com a proposta de cortes nos fundos de coesão”.
Segundo o investigador, mesmo a melhor proposta feita pela Comissão Europeia já é, por si só, “um recuo”, pelo facto de manter um orçamento que representa um por cento do PIB (Produto Interno Bruto) da União Europeia.
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