Eram 9 horas quando dois funcionários da empresa Europa Ar-Lindo, de Braga, começaram a retirar os taipais que durante meses vedaram uma boa parte do jardim do Rossio, no centro da cidade, colocados para a construção, nunca concretizada, da ponte pedonal entre este largo e o Alboi.
Como o Diário de Aveiro noticiou na semana passada, a maioria PSD/CDS optou pela suspensão desta polémica empreitada do Parque da Sustentabilidade (PdS). Ontem, o presidente da autarquia, Élio Maia, confirmou em declarações ao Diário de Aveiro a interrupção da obra - mas não a desistência definitiva do projecto.
A Câmara quer “reflectir” e “amadurecer” o projecto, prometendo criar um “espaço maior de diálogo” com a comunidade, disse o edil. O chefe do executivo, que ao longo dos meses ouviu múltiplas críticas à obra, revela abertura para fazer “acertos” no projecto e para chegar a um “consenso mais alargado” com outros intervenientes da sociedade aveirense, de forma a que num “futuro muito próximo” os trabalhos possam sair do papel.
Segundo Élio Maia, o município tem garantido o financiamento de 85 por cento da obra através do próximo quadro comunitário de apoio, que irá vigorar entre 2014 e 2020, o que permitirá ao próximo executivo camarário retomar a intervenção, se o desejar. “Sem comparticipação europeia não há obra”, adverte.
Por outro lado, a decisão de suspender a empreitada foi tomada depois de garantido, com “certeza absoluta”, que o município não terá de suportar qualquer indemnização à Ar-Lindo - que poderia chegar aos 10 por cento do valor total da obra - adjudicada por 583 mil euros.
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