O aumento dos custos da actividade e a fiscalização apertada na comercialização de peixe imaturo, são factores que podem levar ao fim da Arte Xávega. Um tipo de pesca artesanal que ainda se pratica em algumas praias do Norte e Centro do país. Na Torreira, uma das três campanhas deixou de sair para o mar. Outras podem seguir-se, caso não seja atribuída uma quota que permita comercializar carapau com menos de 15 centímetros. Marco Silva hoje já não cumpre a rotina de todos os dias na praia da Torreira, Concelho da Murtosa. O pescador, dono de uma das últimas campanhas de Arte Xávega, foi obrigado a guardar o barco "Maria de Fátima" e a arrumar as redes, até melhor maré. As restrições à pesca tornaram a actividade inviável. "Esta quota está muito baixa, a medida do pescado permitida é má para nós, o carapau até 15 centímetros é muito raro, o que pescamos terá 12 centímetros". Não é caso único nas praias do Centro e Norte do País onde a Xávega ainda é um importante complemento das comunidades piscatórias. Por alegadas razões de protecção dos recursos, é proibido comercializar carapau com menos de 15 centímetros, conhecido como "petinga", de maior valor económico, deixando a Xávega sem sustento. Toneladas de peixe são atiradas borda-fora a cada lanço. "Assim não conseguimos sobreviver, andar a gastar combustíveis à pesca e deitar o pescado fora, só um burro é que continua a trabalhar nesta arte", referiu. Os donos das dez campanhas que andam ao mar entre Cortegaça e Mira formaram uma Associação para reclamar do Governo, para exigir quotas específicas para a actividade artesanal. |