Um ex-assessor da Câmara de Aveiro e um ex-assessor da direção do Beira-Mar ao tempo da liderança de Mano Nunes descreveram aos deputados municipais de Aveiro todo o processo que envolve as relações entre clube e autarquia que terminou com a venda dos terrenos das piscinas e que vai ter continuidade em tribunal com a Câmara a reclamar o pagamento de uma verba na casa de um milhão de euros.
João Oliveira e Nuno Quintaneiro (na foto) descrevem um processo que tem na origem um acordo datado de 2001 e que não foi cumprido pela autarquia e que abriu caminho em 2008 a um protocolo celebrado pelas duas entidades.
Os dois sócios do Beira-Mar quiseram aproveitar o agendamento do tema em Assembleia Municipal para recordar os termos dos sucessivos acordos, os incumprimentos e a necessidade de se encontrar uma plataforma de entendimento entre clube e autarquia.
Nesse documento explicam que a “obrigação do clube pagar ao município a quantia de 1,283 milhões de euros pelas piscinas só foi incluída no teor do protocolo quando se perspetivou a realização duma mais-valia significativa por parte do clube com a venda dos referidos terrenos”.
Negócio que devido aos adiamentos acabou por não render a verba esperada e que chegou a ser estimada em cerca de 7 milhões de euros antes da crise no setor imobiliário. O comprador acabou por adquirir o terreno por 2,5 milhões de euros.
Ainda sobre o processo de venda e segundo informações divulgadas no documento entregue na Assembleia Municipal, a escritura foi formalizada logo que possível e que “a escolha do local, data e hora da celebração da escritura pública, formalizada às primeiras horas do dia 18/07/2009, foi da exclusiva responsabilidade do Senhor Presidente da CMA, com a anuência do clube, e devido ao facto das partes em causa (administrador da Nível 2 e elementos do clube) terem comunicado a sua ausência de Aveiro nos dias seguintes”.
João Oliveira e Nuno Quintaneiro defendem que a intenção do clube foi sempre pagar mas “as expetativas das partes aquando da celebração do Protocolo de Dezembro de 2008 foram frustradas” salientando que o “clube continua a ser credor das quantias resultantes do Protocolo de 2003 e duma renegociação com o Município que viabilize a centralização das infra-estruturas desportivas junto ao novo estádio (campos de treino, pavilhão e piscinas)”.
O texto termina com um apelo a que sejam encontradas soluções entre a autarquia e o clube. |