Histórias do dia-a-dia no centro de emprego e centro de formação profissional de Aveiro quando a crise continua a libertar cada vez mais pessoas para o desemprego. Numa altura em que o subsídio de desemprego vai ficar mais curto para as despesas de cada mês.
O desemprego travou a fundo a vida de Carlos, motorista e mecânico residente na zona de Aveiro.
Aos 56 anos, é quase sempre na idade que esbarram ofertas de emprego que vão chegando.
O fim do subsídio de desemprego foi a última má notícia. “Recebi sempre mas agora acabou. Sempre cumpri as normas. Pagava as contas com o subsídio”.
No curso que frequenta no centro de formação profissional de Aveiro renova conhecimentos e ocupa a cabeça por algum tempo sem preocupações da falta de trabalho. “Estou a fazer uma formação mas não sei como vai ser”.
Uma vida em ponto morto para um motorista apanhado pelo desemprego no sector dos transportes de mercadorias.
À porta do centro de emprego há pessoas como uma ex-operária fabril, de Ílhavo, que se vê no desemprego após três anos de laboração.
“O primeiro contrato foi de dois anos, depois estive em casa seis meses e depois mais 3 anos a trabalhar. A empresa teve uma quebra, depois melhorou e voltou a cair. É uma boa empresa, das melhoras que temos cá e olham muito ao empregado. Já fui emigrante e é das melhores que temos cá. É a Teka. Agora estou a ver a possibilidade de ir para o estrangeiro. Ficar sem subsídio de desemprego é péssimo”.
Outra mulher prepara-se para aproveitar o desemprego para se qualificar aprendendo informática. “Trabalho na agricultura. Estava numa empresa que fechou e agora faço formação na área da informática.
Não acho justo que reduzam o subsídio de desemprego e que paguem a romenos e ciganos que recebem sem fazer nada. Quem precisa leva cortes. O Governo devia incentivar as pessoas a investir”. |