O Deputado do PSD, Ulisses Pereira, está preocupado com a falta de mão de obra no sector das pescas, "que vai sendo garantida por reformados em busca de um rendimento suplementar". Numa pergunta dirigida à Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, o parlamentar aveirense sugere a possibilidade de se autorizarem embarques experimentais por futuros formandos. Notando que é “notória a escassez de tripulantes pescadores e pescadores”, Ulisses Pereira recorda que muita da mão de obra a bordo “é ainda garantida por reformados, que procuram ter um rendimento suplementar e que são quase insubstituíveis a curto prazo”. Na mesma linha de preocupações está o facto de haver “um número significativo de jovens que obtiveram formação para ingressar na profissão, em quem o Estado investiu meios, mas que optaram por outras carreiras”. “Sabemos da resposta que o Governo e bem, deu, apresentando ao sector um novo modelo polivalente de formação para as profissões marítimas e que foi muito bem recebidos pelos vários agentes. Mas esse processo não dá, nem poderia dar, a resposta imediata à falta de mão de obra que se faz sentir”, sublinha o Deputado aveirense, sustentando que uma das alternativas para evitar o abandono ou a falta de contacto com a profissão “seria a possibilidade de se autorizarem embarques experimentais por futuros formandos que adquiririam a qualificação de pescadores em ambiente escolar adequado, e que seriam acompanhados a bordo por um tripulante tutor”. Na perspectiva de Ulisses Pereira, esta seria “a melhor forma de confirmar em potenciais formandos para o sector da Economia Marítima, a vocação e a vontade suficientes para fazer do Mar e da Pesca a sua profissão”. O parlamentar social democrata defende que, caso se confirmasse essa vocação e respectiva aptidão, “o FOR-MAR deveria ajustar programas para esses potenciais formandos, que privilegiassem a formação em contexto de trabalho a bordo, valorizando adequadamente o embarque experimental já realizado”. Ulisses Pereira interroga sobre se está o Governo disponível para autorizar um embarque experimental a futuros formandos para o sector das pescas, a recrutar do universo de cidadãos desempregados ou em riscos de cair nessa situação, e queiram certificar-se se têm a vocação e a vontade suficientes para fazer do Mar e da Pesca a sua profissão. Na mesma pergunta, o Deputado aveirense questiona se, verificada a aptidão e a vocação do candidato para a profissão, está o FOR-MAR em condições de estabelecer programas que privilegiem a formação em contexto de trabalho, "ou seja, a bordo". |