O reitor da Universidade de Aveiro (UA) abriu ontem o novo ano lectivo com críticas ao Governo. Olhando para a situação do país e não negando as “grandes dificuldades a curto prazo”, defendeu “soluções mais bem preparadas e explicadas, com repartição mais equitativas dos esforços, com maiores transparência e discussão das políticas públicas, com menos apego a receitas estereotipadas”. “Não é por acaso que se assiste, pela primeira vez, a uma inversão na história e que as próximas gerações viverão muito provavelmente em condições piores que a dos seus pais”, advertiu.
As universidades não escapam à austeridade e nos “últimos anos” sofreram “cortes sem paralelo”. “Não se queixaram” e aproveitando a sua “autonomia para ir buscar receitas próprias” figuram “cada vez mais nos ‘rankings’ internacionais”.
Na sua intervenção, Manuel Assunção denunciou o “grande desconhecimento” do Governo em relação ao funcionamento das universidades, aludindo a um despacho do ministro das Finanças sobre o uso de receitas próprias. “Outros casos de incerteza e de desvirtuamento das regras, demasiados casos, se poderiam apontar onde semelhantes desconforto, perturbação e desgaste foram criados desnecessariamente às instituições”, observou.
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