Os partidos com assento na Assembleia Municipal de Ílhavo admitem que este era o tempo de agarrar a oportunidade de definir os limites das freguesias. PS e PSD, que aprovaram o plano na autarquia, consideram o acordo razoável. José Vaz, do PS, diz que faltou maior envolvimento popular sobretudo em zonas limítrofes para fazer cumprir o critério dos hábitos sociais.
“Acho que a proposta deveria ter envolvido mais as pessoas. Perguntei se falaram com as pessoas que ficam nos limites mais complicados. Se a tal vivência de acordo com a realidade urbana e se havia ligação à Gafanha da Nazaré. Acho que a proposta não é perfeita mas é razoável”, disse o líder da concelhia socialista aproveitando, ainda, para esclarecer que a proposta tinha um âmbito mais lato para lá dos limites reforçando a manutenção das quatro freguesias no concelho.
Eduardo Conde, representante do PSD no programa Discurso Direto e presidente da Junta da Gafanha da Encarnação, admite que no caso da sua freguesia essa consulta foi feita. Diz que se trata de uma oportunidade que era preciso aproveitar.
“É uma oportunidade. Até aqui não havia oportunidade de mexer nisto. A forma como foi definida foi enquadrando as pessoas. Eu falei com as pessoas que ficaram no limite. Umas queriam ficar na Encarnação e ficam na Gafanha da Nazaré e outras queriam ficar na Gafanha da Nazaré. Mas foi pacífico. Não são muitas e não colocaram alguma questão. Se não fizéssemos a delimitação os prejuízos eram maiores que as vantagens”.
José Alberto Loureiro, do PCP, mostra-se crítico com a forma como foi desenvolvido o projeto. Diz que a Gafanha da Nazaré sai penalizada por não serem respeitados limites previstos num auto de delimitação de 1911. Quanto às zonas mais difíceis de definir estão localizadas no limite com a Gafanha de Aquém.
“Tenho em meu poder documentos que provam que terrenos ao sul do acampamento cigano, encostados à rotunda da dos armazéns, são pertença da Gafanha da Nazaré. Terreno tal e tal, rústico, pertencente a funo, sito na Gafanha da Nazaré. Não vale a pena esconder. Já os entreguei à Junta. Quando foi criada a colónia agrícola, os colonos que apara aqui vieram, como não tinham rendimento para sobreviver trabalhando as areias da mata, começaram a trabalhar nas secas e nas oficinas da Gafanha. Fizeram recenseamento na Gafanha da Nazaré e muita dessa gente veio a ser enterrada no cemitério da Gafanha da Nazaré”.
Declarações ao programa “Discurso Direto” num tema que será debatido na Assembleia Municipal de amanhã. |