O Presidente da Direcção da Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré (ADIG), Júlio Cirino (na foto), não concorda com a proposta de aplicação de novos limites à Freguesia da Gafanha da Nazaré, nomeadamente por considerar que “ignora” o Auto de Delimitação da Freguesia da Gafanha, de 1911, “feito e assinado em tempos pretéritos pela autarquia ilhavense e aprovado pelo Governo Civil”. Em causa áreas de terreno na Senhora dos Campos e na zona mais próxima da Gafanha de Aquém. Júlio Cirino considera que o documento apresentado revela “a tradicional protecção” a São Salvador e Gafanha da Encarnação e que a votação deste documento é merecedora de presença maciça da população gafanhense na sessão da Assembleia de Freguesia de quarta-feira (26 de Setembro). "Ribau Esteves não está flexível e isso é um erro porque deveria ouvir as pessoas atempadamente, pergunto, como é que a Assembleia vai votar o plano, se os Deputados não foram ao local fazer um estudo, li tudo sobre esta matéria, 90 por cento das pessoas que irão votar na quarta-feira, não sabem o que vão votar", adiantando que "no mapa estão riscos, mas são riscos importantíssimos, Ribau Esteves falhou ao dar-nos um prazo muito curto para decidirmos uma coisa tão importante". "Andámos 43 anos à espera, uma semana a mais não faria nenhuma diferença, aquilo que for decidido na Assembleia de Freguesia é definitivo, o sim ou o não ao novo mapa", sublinhou. O dirigente associativo apelida mesmo de “imposição” o documento proposto por Ribau Esteves e aprovado na última reunião de Câmara deixando, ainda, um desafio aos Partidos políticos com assento na Assembleia de Freguesia de maioria PSD. “Se os membros da Assembleia de Freguesia votarem pela defesa da terra que os acolhe, o projecto é chumbado e se se deixarem enlear nas cores da bandeira laranja, à qual sempre foram subservientes, este projecto, mesmo sem respeitar o nosso historial, é aprovado”, sublinhando que "é um acto de enormíssima responsabilidade, se fizermos pensar as pessoas em coisas que elas não pensaram, talvez alterem o seu sentido de voto". Referindo-se de novo a Ribau Esteves, disse que "se ele quiser ficamos todos contentes e ele é o maior, se continuar a pensar como até agora vai ser mau para ele, bastava dar-nos mais um quilómetro quadrado de terreno, os gafanhões ficavam contentes e ele seria o maior, assim, devido à sua imposição as pessoas não vão gostar dele no futuro", concluiu Júlio Cirino em entrevista à Rádio Terra Nova. |