De autocarro até Eixo, de comboio até Aveiro e depois montados em bugas num passeio pelo centro da cidade: foi assim que os socialistas assinalaram ontem o Dia Sem Carros no concelho, numa iniciativa que visou chamar a atenção para os “erros” da coligação PSD/CDS na área da mobilidade.
“Aveiro, em tempos cidade pioneira e inovadora neste sector, com o desenvolvimento de vários projectos que melhoravam a vida dos aveirenses e reconhecidos nacional e internacionalmente, vê-se hoje relegada para uma cidade que tem vindo a desmantelar nos últimos anos o seu sistema público de mobilidade”, acusou o líder concelhio do PS, Eduardo Feio, antes de subir para o autocarro da MoveAveiro que levaria a comitiva socialista até Eixo.
O Dia Sem Carros chegou a ser uma “data emblemática para a divulgação das boas práticas” na área mobilidade. No entanto, a maioria PSD/CDS “decidiu mais uma vez não participar, optando apenas pelo estatuto de cidade apoiante”, lamentou o ex-vice-presidente da autarquia.
A iniciativa do PS pretendeu também chamar a atenção para o fim das isenções nas SCUT e para o “não cumprimento da promessa eleitoral” da actual maioria de abolir o pórtico junto ao estádio, que “condicionam a competitividade de Aveiro e a sua qualidade ambiental”, atendendo ao “acréscimo de tráfego na sua zona urbana”. A manutenção da Linha do Vouga foi também defendida.
Para o BE, a forma como a Câmara de Aveiro se associou ao Dia Sem Carros é uma “provocação aos aveirenses”.
“O primeiro Dia Sem Carros com a coligação PSD/CDS, em 2006, foi celebrado com uma caminhada do então vereador Capão Filipe dos Paços do Concelho ao Rossio. Noutra edição, a autarquia cortou ao trânsito duas ruas pedestres. O tom mantém-se: ridicularizar, desleixar, provocar”, dizem os bloquistas. Este ano, a autarquia “promove passeios em 20 bicicletas pela cidade”, acção que “não tem qualquer repercussão”.
A situação das bicicletas de utilização gratuita motivou críticas: “deixou de ser um projecto de mobilidade, tendo apenas um único ponto de entrega e horário reduzido”. O BE acusa ainda o executivo de Élio Maia de ter “desistido” da MoveAveiro e de promover o “despedimento dos seus trabalhadores”.
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