n No último dia 15 de Setembro passaram três anos desde que arrancou, na paróquia de Ovar, o projecto “Mãos Solidárias”, que oferece de segunda a sexta-feira, uma refeição diária a pessoas carentes. O serviço nasceu com o objectivo de “oferecer em cada dia, a pessoas com graves carências alimentares, uma sopa e algo mais que a generosidade dos paroquianos de Ovar possa tornar possível”.
Hoje, aquilo a que se propôs no início não chega. Na cozinha, a ultimar um guisado de chocos, encontramos Margarida Vendeira e Laura Rocha que colaboram com o “Mãos Solidárias” praticamente desde a primeira hora. Com o auxílio de outras voluntárias que vão aparecendo, elas preparam diariamente os almoços para um número crescente de pessoas que chega a ultrapassar as 50.
Margarida tem testemunhado o aumento do número de pessoas que recorrem ao projecto. “Acho que o concelho de Ovar perdeu muitas empresas e deixou muita gente sem trabalho que não consegue voltar a empregar-se”, diz a propósito da procura das refeições.
“Vem cá todo o género de pessoas”, reforça Laura Rocha, notando que “ainda há aqueles que vêm pela porta dos fundos buscar um saco de comida para levar para casa”. “A chamada pobreza envergonhada”.
Planear, organizar e confeccionar as refeições necessárias para cada dia dá trabalho, mas as voluntárias do “Mãos Solidárias” estão sempre de sorriso no rosto. “Sentimo-nos bem a ajudar os outros, ajudar quem precisa”, explicam, enquanto vão enchendo os pratos.
Os almoços de cada dia têm ainda o apoio de muitas pessoas e dos supermercados Pingo Doce de Ovar e de São João de Ovar que oferecem muitos produtos utilizados na confecção da comida. A delegação de Ovar da Cruz Vermelha, o Banco Alimentar contra a Fome e a Câmara Municipal de Ovar também colaboram dentro do que lhes é possível.
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