A Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo conseguiu saldar a dívida ao empreiteiro responsável pela construção da Unidade de Cuidados Continuados com a transferência de 1,5 milhões de euros recebidos de fundos comunitários garantidos no apoio ao projeto. A questão que esteve na origem da demissão da Mesa liderada pelo provedor João Bela e que provocou o regresso do antigo provedor Fernando Maria está agora resolvida.
“É com alegria que anunciamos que já recebemos a verba que o QREN atribuiu e já cumprimos pagando os autos que estavam por pagar e, agora, o que nos resta é negociar os juros que devemos para terminar de vez com esta situação”.
A unidade de cuidados continuados abriu portas há quase 2 anos e, hoje, soube-se que a Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo já conseguiu saldar a divida que tinha com o empreiteiro deixando agradecimentos e elogios ao apoio técnico da autarquia, ao apoio político, e um agradecimento aos gestores dos fundos comunitários e ao empreiteiro.
O Presidente da Câmara de Ílhavo, Ribau Esteves, falou pela primeira vez sobre o tema desde a demissão de João Bela para dizer que a gestão destes projetos e dos financiamentos exige capacidade de sofrimento.
“Ninguém mete mãos a uma obra destas sem capacidade de compromisso, coragem, competência para servir os outros e capacidade para sofrer. É assim do princípio ao fim das obras e de instituições desta ambiência. É a natureza das instituições. Quem não pensar assim não está a pensar de forma ajustada. A lógica da saturação individual recebe da minha parte respeito mas a vida é como é. Uns saturam e outros lutam, uns desistem e outros conquistam”.
A obra contou com apoio do Programa Operacional da Região Centro no âmbito da Regeneração Urbana do Centro Histórico de Ílhavo.
Comparticipação que poderá chegar a 1,8 milhões de euros para um projeto global, com equipamento, de 5 milhões. O autarca admite ainda a captação de mais algum dinheiro para esta obra.
“Devo dizer com todo o risco que deverá acabar em 1,8 milhões de euros quanto ao valor total do financiamento por via do Programa Operacional da Região Centro. Ainda há jogo para jogar. Passou um ano e 8 meses desde a inauguração da obra e a chegada do dinheiro. Posso dizer que não é recorde municipal. O nosso recorde está em três anos e quatro meses entre a inauguração de uma obra e a chegada do dinheiro”.
A Santa Casa tem ainda os encargos do empréstimo contraído junto da banca para fechar este processo mas assegura que o esforço tem valido a pena. As 55 camas estão sempre repletas de utentes justificando a necessidade deste serviço. |